Com Brasil nas ruas, mais de 1 milhão de pessoas protestam contra o governo Dilma neste 15 de Março
Neste domingo (15), aconteceu durante todo o dia, em quase todas as capitais, no Distrito Federal e em alguns países do exterior manifestações contra o Governo Federal. Em alguns pontos, os manifestantes pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, além de protestarem contra a corrupção, principalmente na Petrobras. Os protestos aconteceram de forma pacífica,, sem qualquer sinal de tumulto e reuniu mais dr um milhão de pessoas por todo o Brasil, sendo um milhão somente concentradas na Avenida Paulista, em São Paulo.
As manifestações motivaram a formação de um "gabinete de crise" já que preocuparam o Palácio do Planalto. Assim, Dilma esteve reunida com seus ministros mais próximos, o chamado "núcleo duro", sobre os movimentos que aconteceram em todo o Brasil e, às 18h30 (horário de Brasília), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, fará um pronunciamento em nome do governo federal em resposta aos protestos neste 15 de março.
Dilma carrega a mais baixa aprovação desde o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, denunciado pelo envolvimento em diversos esquemas de corrupção.
"As manifestações deste domingo viraram para sempre uma página infeliz da nossa História. Centenas de milhares de adversários do lulopetismo protagonizaram os mais portentosos atos de protesto desde o movimento pelas Diretas Já", disse o jornalista Augusto Nunes em um vídeo divulgado no site da revista Veja.
Verdade é que o povo brasileiro já não engole mais a atual - e extremamente frágil - situação do governo brasileiro, se uniu e foi às ruas clamar por mudanças. Entre as palavras de ordem, as expressões "Fora Dilma" e "Fora PT" foram constantes.
"Essa manifestação é fruto de uma junção de fatores. A corrupção na Petrobras com volumes altíssimos de recursos, a economia que não está crescendo e o desempenho do próprio governo. Isso é uma falta de paciência das pessoas que estão indo para as ruas", diz a jornalista Cristina Lôbo na cobertura ao vivo do canal Globo News.
Na Reuters:
Mais de 1 milhão de pessoas protestam contra governo Dilma pelo país
Por Pedro Fonseca e Caroline Stauffer
SÃO PAULO/BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Cerca de um milhão de pessoas protestavam na cidade de São Paulo neste domingo contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a corrupção, em meio à fraqueza da economia e inflação elevada.
O ato na capital paulista era o maior de uma série de manifestações populares em diversas cidades do Brasil, reunindo mais centenas de milhares de pessoas.
Os protestos têm mantido um caráter pacífico, ao contrário dos ocorridos em junho de 2013, ocasião em que foram registrados vandalismo e confrontos entre policiais e manifestantes. Apesar disso, a polícia deteve alguns homens nos arredores da Avenida Paulista, em São Paulo, que estariam carregando fogos de artifício e bombas caseiras, de acordo com imagens de TV.
“O povo está se sentindo traído", disse na capital paulista o publicitário Diogo Ortiz, de 32 anos, referindo-se à Petrobras como “vergonha nacional e internacional”.
“Eu quero impeachment (de Dilma) mesmo”, acrescentou, mesmo admitindo que as chances são pequenas e que este domingo pode se tornar um evento isolado sem resultados efetivos.
Vestidos com as cores da bandeira brasileira, os manifestantes foram às ruas reclamar principalmente da corrupção, em meio ao escândalo bilionário na Petrobras investigado pela operação Lava Jato, e problemas econômicos enfrentados pelo Brasil.
Sempre que questionada sobre as manifestações populares, como o panelaço em várias capitais durante seu pronunciamento na TV no domingo passado, Dilma tem repetido que fazem parte da democracia.
Em mensagem publicada no Facebook na tarde do sábado, Dilma disse valorizar o fato de que as pessoas podem se manifestar livremente. “Sou a favor da democracia. Espero que amanhã (domingo), o Brasil prove a sua maturidade democrática”, disse a presidente.
As manifestações deste domingo foram convocadas pelas redes sociais. A maioria dos grupos organizadores defende o impeachment da presidente, usando como argumentos uma suposta corrupção no governo do PT, o escândalo da Petrobras e os altos custos com impostos e tarifas, entre outras reclamações.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que foi derrotado por Dilma nas eleições presidenciais de outubro passado, disse no Facebook que “esse 15 de março vai ficar lembrado para sempre como o Dia da Democracia".
"O dia em que os brasileiros se vestiram de verde e amarelo e foram para as ruas se reencontrar com as suas virtudes, com os seus valores, e também com os seus sonhos", escreveu Aécio, que decidiu não ir para as ruas neste domingo.
Em 2013, no dia de maior mobilização nas manifestações um pouco antes da Copa das Confederações, cerca de um milhão de pessoas foram às ruas de cidades do país. Naquela ocasião, os protestos começaram contra o reajuste das tarifas de transporte público e acabaram gerando uma pauta de reivindicações bastante difusa, passando por melhoria de oferta de educação e saúde pelo governo e combate à corrupção, entre outras demandas.
CHUVA LEVE EM SP
A chuva que caia em alguns pontos da Avenida Paulista parecia insuficiente para dispersar as pessoas, muitas delas munidas de cartazes com dizeres contra a presidente e contra seu partido, o PT. Segundo estimativa da Polícia Militar, 1 milhão de pessoas estavam na Paulista e adjacências.
Em Brasília, cerca de 45 mil pessoas se concentraram na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Congresso Nacional, que chegou a ter seu espelho d´água invadido por alguns manifestantes, segundo informações da PM, que mobilizou um efetivo de 1,6 mil homens neste domingo.
Na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, mais de 15 mil pessoas se aglomeraram para protestar, segundo a PM, enquanto organizadores estimaram o número de manifestantes em 30 mil.
“O brasileiro tem que se manifestar realmente e não pode se calar diante desses escândalos e roubalheira que vemos no Brasil”, disse a comerciária Márcia Santos, que vestia uma camisa verde-amarela. Muitos manifestantes no Rio carregavam faixas contra o governo e o PT.
De acordo com a polícia, cerca de 25 mil pessoas participaram do protesto em Belo Horizonte; 5 mil pessoas compareceram à manifestação em Salvador; 3,5 mil pessoas protestaram no Recife, 10 mil em Fortaleza e 5 mil em Manaus, entre outras localidades.
Milhares também protestam em Porto Alegre, Curitiba e Goiânia. Cidades do interior do Estado de São Paulo, como Campinas, também reuniram milhares de manifestantes mais cedo, de acordo com a polícia.
Houve manifestações de brasileiros também no exterior, em cidades como Buenos Aires, Londres e Nova York.
MINISTROS DE PRONTIDÃO
Dilma pediu a alguns de seus ministros que ficassem em Brasília neste domingo para acompanhar os protestos, e deve realizar uma reunião no fim do dia para avaliar as manifestações.
O protesto contra o governo acontece dois dias após sindicatos de petroleiros e movimentos sociais realizarem manifestações a favor da Petrobras e da presidente Dilma, mas em escala bastante reduzida quando comparada ao movimento deste domingo.
Os organizadores dos protestos deste domingo afirmam que os movimentos não estão ligados a partidos políticos, mas legendas de oposição declararam adesão às manifestações.
O próprio Aécio convocou a militância tucana para ir às ruas protestar, ressalvando, porém, que o impeachment não faz parte da agenda do partido.
CENÁRIO COMPLICADO
O governo de Dilma enfrenta um quadro de inflação cada vez mais alta, atividade econômica fraca, piora no mercado de trabalho e turbulência política com a base governista.
A esse cenário, soma-se o maior escândalo de corrupção da história do país envolvendo a Petrobras, ao qual estão ligados ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.
Pesquisa do instituto Datafolha em fevereiro mostrou que a avaliação ótima/boa da presidente despencou de 42 por cento em dezembro para 23 por cento em fevereiro, enquanto aqueles que a consideram ruim/péssima passaram de 24 por cento para 44 por cento.
Com as manifestações deste domingo, Dilma se junta a outros dois presidentes que enfrentaram protestos populares no período da redemocratização: Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.
Collor acabou sofrendo o impeachment, enquanto Fernando Henrique reverteu em parte a baixa popularidade do início de seu segundo mandato, superando inclusive uma campanha com ampla participação de petistas que tinha o slogan "Fora FHC".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Leonardo Goy, em Brasília; Pedro Fonseca, Rodrigo Viga Gaier e Caio Saad, no Rio de Janeiro; e Caroline Stauffer, em São Paulo)
Veja a repercussão das manifestações por todo o Brasil na mídia do país:
Na Veja:
Brasileiros vão às ruas em todas as regiões do país contra o governo Dilma Rousseff; presidente monitora os atos no Palácio do Alvorada com assessores
Brasília reúne 50.000 em manifesto contra Dilma e tem até "cadeia do Janot"
A Polícia Militar estima que entre 45.000 e 50.000 pessoas se reuniram na manhã deste domingo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra o governo Dilma Rousseff. O grupo Vem Pra Rua, que organizou parte dos protestos, estimou o público em 70.000 pessoas. Se a presidente Dilma Rousseff e seu partido, o PT, foram os principais alvos de palavras de ordem, a classe política como um todo foi criticada. Por volta das 11h30, manifestantes ergueram para o público a representação de uma cela em cujas barras estavam fixadas fotos dos 34 deputados e senadores investigados por suspeita de terem embolsado propina da Petrobras. A "cadeia do Janot", em referência aos pedidos de investigação formulados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no último dia 6, foi recebida com aplausos e apitaço diante da rampa do Congresso.
Em meio aos protestos, manifestantes fizeram homenagens a juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, ao procurador-geral e ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. O protesto foi paralisado para que fosse rezado um "Pai Nosso" diante da Catedral de Brasília. Na sequência, foi cantado o Hino Nacional brasileiro.
Convocada pelas redes sociais, a marcha em Brasília utilizou de ironia para criticar o discurso e o isolamento da presidente Dilma Rousseff. Depois de a petista ter culpado o governo Fernando Henrique Cardoso pelo atual escândalo de corrupção na Petrobras, manifestantes imprimiram adesivos resumindo o aparente "mundo paralelo" em que vive a presidente: "a culpa é das estrelas", estampavam nas camisetas, em referência ao símbolo do PT.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja
Na Folha: Paulista reúne maior ato político desde as Diretas-Já, diz Datafolha
O protesto contra o governo Dilma Rousseff levou 210 mil pessoas à avenida Paulista, no centro de São Paulo, neste domingo (15), segundo o Datafolha.
O número se refere à quantidade de pessoas diferentes que, em algum momento do dia, foram à manifestação.
(...)
Polícia
A Polícia Militar afirma que o protesto reuniu, por volta das 15h40, aproximadamente 1 milhão de pessoas.
Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.
Manifestantes lotam Esplanada para protestar contra Dilma e corrupção
Vestidos com camisetas verdes e amarelas, milhares de manifestantes lotaram de forma pacífica neste domingo (15) a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff e pedir o fim da corrupção no país. Segundo o Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, ao menos 45 mil pessoas atenderam às convocações feitas nas redes sociais para o protesto contra o governo. O movimento Vem pra Rua, um dos organizadores do ato, calculou em pelo menos 80 mil o número de pessoas que participaram da manifestação na capital federal.
Leia a notícia na íntegra no site do G1 Distrito Federal.
Abaixo, o resumo estado por estado com informações do site G1.
REGIÃO SUDESTE
São Paulo
Em São Paulo, uma multidão de 1 milhão de pessoas tomou a Avenida Paulista em um ato contra Dilma Rousseff
Minas Gerais
Em Minas Gerais, os protestos se concentraram na capital Belo Horizonte, onde 24 mil pessoas participaram. Muitos cartazes pediam o fim da corrupção e da impunidade.
Espírito Santo
No estado do Espírito Santo, manifestantes também foram às ruas e as mobilizações se concentraram em Vitória. A Polícia Militar esitma que 50 mil pessoas participaram dos protestos.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a maior concentração de pessoas aconteceu na praia de Copacabana, na parte da manhã do domingo, e só neste momento, 15 mil pessoas se reuniram. A tarde, outro protesto foi iniciado em outros locais.
REGIÃO CENTRO-OESTE
Mato Grosso
Em Mato Grosso, manifestas se concentraram em Cuiabá, e 20 mil pessoas participaram do protesto. Uma carreata também foi realizada.
Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, as manifestações foram mais fortes em Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã. Centenas de pessoas estiveram reunidas.
Goiás
No estado de Goiás, a manifestação contra o governo Dilma reuniu 60 mil pessoas na capital,Goiânia.
REGIÃO SUL
Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, cerca de 100 mil pessoas estiveram reunidas para protestar contra o governo Dilma e a corrupção.
Em Santa Catarina, também houve manifestação e cerca de 12 cidades e mais a capital registraram pontos de protesto. Em Florianópolis, cerca de 30 mil pessoas se reuniram.
REGIÃO NORDESTE
Alagoas
No Alagoas, milhares de pessoas ocuparam a orla de Maceió durante todo o domingo e o estado registrou um dos maiores protestos da região.
Bahia
Na Bahia, manifestantes se concen mil traram em Salvador e, no pico do protesto, 8 mil pessoas estiveram reunidas.
Ceará
Manifestantes se reuniram na Praça Portugal, no Bairro Aldeota, na Zona Norte de Fortaleza, em ato contra o governo Dilma Rousseff. O ato reuniu 20 mil pessoas.
Paraíba
Em João Pessoa, manifestantes se concentraram no Busto de Tamandaré.
Já em Campina Grande, eles caminharam por ruas do Centro.
Maranhão
De acordo com a estimativa do Policiamento Metropolitano de São Luís, aproximadamente 3.000 pessoas, incluindo condutores de veículos, ciclistas e motoqueiros participaram do ato. Segundo os organizadores, cerca de 5.000 pessoas estiveram presentes na manifestação.
Pernambuco
Movimentos populares participam neste domingo (15), no Recife, de um ato contra a corrupção, pedindo apuração rigorosa dos crimes apontados pela operação Lava Jato e também o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A concentração começou às 8h junto à padaria Boa Viagem, na orla da zona sul recifense. De acordo com a Polícia Militar, a estimativa é de que entre 8 e 10 mil pessoas participaram da manifestação.
Sergipe
Os atos públicos contra ações da presidência da República que acontecem no país também ocorreram em Sergipe. O manifestantes se reuniram em frente aos Arcos da Orla da Atalaia, ponto turístico que simboliza Aracaju.
REGIÃO NORTE
Amapá
Protesto tomou as principais vias do Centro de Macapá. Público exibiu cartazes contra Dilma Rousseff, o governo e a corrupção.
Amazonas
Um protesto reuniu milhares de pessoas no Centro de Manaus na manhã deste domingo (15). As principais reivindicações dos manifestantes foram o fim da corrupção e a saída de Dilma Rousseff da Presidência do Brasil. Os grupos também protestaram contra o aumento da gasolina e o reajuste de energia.
Pará
Em Belém, milhares de pessoas se reuniram neste domingo (15), em manifestações contra o governo de Dilma Rousseff. Segundo estimativa da Polícia Militar, 30 mil pessoas participam dos atos, que seguiram rumo à Avenida Visconde de Souza Franco, centro de Belém, até o Theatro da Paz. Os organizadores afirmam que 60 mil pessoas participaram.
Rondônia
Manifestantes protestaram contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff, na manhã deste domingo (15), em municípios do interior de Rondônia. Os atos foram organizados por redes sociais em Ji-Paraná e Vilhena.
Tocantins
Um protesto pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o combate mais eficaz contra à corrupção no país foi realizado na manhã deste domingo (15), em Araguaína, no norte do Tocantins. O ato foi organizado pela ONG SOS Liberdade e percorreu uma das principais ruas da cidade. Segundo informações da PM, a manifestação foi pacífica. De acordo com a organização do ato, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação.