Dólar perde fôlego e recua ante o real após abrir com forte alta
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar perdia fôlego e recuava ante o real após subir com força no início da sessão desta terça-feira, com a perspectiva de a primeira alta nos juros norte-americanos em quase uma década somando-se ao quadro de preocupação política e econômica no Brasil.
Às 10h36, a moeda norte-americana recuava 1 por cento, a 3,0980 reais na venda, depois de abrir com alta de mais de 1 por cento. Na máxima desta sessão, a divisa chegou a atingir 3,1735 reais, maior cotação desde o fim de maio de 2004.
O mercado vem se mantendo atento às dificuldades que o governo vem enfrentando para implementar medidas de reequilíbrio das contas públicas, o que ganhou novo ar de incerteza no fim de semana após as manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff.
Nesta sessão o cenário internacional também ajudava a pressionar, uma vez que aumentavam as especulações de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, começará a elevar a taxa de juros em meados do ano após mais uma série de dados fortes sobre emprego na semana passada e um subsequente coro de declarações a favor do aperto monetária por autoridades do Fed.
"O dólar vem subindo com força e quem precisa vender não sabe se entra agora ou mais tarde. Por isso, é normal o câmbio dar alguns respiros, embora a tendência ainda seja definitivamente de alta", disse o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.
Para o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto, "os investidores vão ficar muito cautelosos com ativos domésticos e preparados para assumir posições defensivas de olho em todos os sinais que saiam nos próximos dias".
Campos Neto avaliou que é muito difícil falar nesse momento sobre um teto para a moeda norte-americana, "num momento como esse de muita incerteza e fatores locais e externos puxando para o mesmo lado".
Nesse cenário, há também incertezas sobre o futuro das intervenções diários do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.
Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, com volume correspondente a 97,9 milhões de dólares. Foram 1,5 mil contratos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e 500 para 1º de março de 2016.
O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, que equivalem a 9,964 bilhões de dólares, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 22 por cento do lote total.
(Por Camila Moreira)
Dólar opera em alta pelo sétimo dia seguido
O dólar opera em alta pelo sétimo dia segundo nesta terça-feira (10), e já chega à casa dos R$ 3,16. Por volta das 9h20, a moeda era vendida a R$ 3,162, em alta de 1,03%.A cena política continua dominando os negócios, com investidores preocupados diante da resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.
Por volta das 10h, a moeda era vendida a R$ 3,1515, em alta de 0,69%. Mais cedo chegou a ser cotada a R$ 3,1619.
A cena política continua dominando os negócios, com investidores preocupados diante da resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 2,39%, a R$ 3,1297., no maior valor valor desde 22 de junho de 2004, quando o dólar fechou a R$ 3,1341, segundo dados do Banco Central. Na máxima do dia nesta segunda, o dólar atingiu R$ 3,1331, segundo a Reuters. No ano, o dólar acumula alta de 17,72%.
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