Copom eleva Selic (taxa de juros oficial) a 12,75% ao ano, conforme esperado pelo mercado
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,75 por cento ao ano, em decisão unânime e amplamente esperada pelo mercado.
"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,75 por cento a.a., sem viés.", informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Pesquisa Reuters mostrou que as expectativas dos analistas eram praticamente unânimes de alta de 0,5 ponto da taxa básica de juros, diante do cenário de inflação elevada. Apenas cinco dos 48 economistas consultados esperavam um aumento menor, de 0,25 ponto percentual, principalmente devido ao risco de que os juros altos desacelerem ainda mais a economia.
No fim de outubro, o Copom deu início ao atual ciclo de aperto monetário ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, em decisão surpreendente e que contou com apoio de todos os membros do comitê. No encontro de dezembro, o Copom acelerou o ritmo e elevou a taxa em 0,5 ponto percentual, elevando novamente a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de janeiro.(Por Luciana Otoni).
Após ouvir aliados, governo pode estudar correção maior para tabela do IR
BRASÍLIA (Reuters) - Após reuniões com aliados, governo discutirá uma proposta alternativa à correção da tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física, já que é grande o risco do Congresso derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff a um reajuste de 6,5 por cento na tabela, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas.
Até agora, a presidente tem insistido que o governo só pode arcar com um reajuste de 4,5 por cento, mas após ouvir dos líderes aliados que será difícil manter seu veto sem ao menos abrir uma negociação com o Congresso, o governo vai tentar encontrar uma alternativa até o início da próxima semana.
Esse veto presidencial poderá ser analisado em sessão do Congresso a partir da próxima semana e, com a relação entre governo e sua base aliada bastante deteriorada, há temor de que seja derrubado.
O governo também tem interesse em desobstruir a pauta de votações do Congresso (que reúne Câmara e Senado) para aprovar o Orçamento de 2015.
“Nós precisamos construir as condições para votar a lei orçamentária e para votar é preciso primeiro apreciar os vetos, e o veto que causa apreensão aos parlamentares é do Imposto de Renda”, explicou o ministro a jornalistas no Congresso, depois de se reunir com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
“Vamos ver se é possivel construir uma alternativa (à correção de 4,5 por cento)”, disse Vargas. “Ficamos de conversar no início da semana que vem (sobre essa alternativa)”, acrescentou o ministro, que evitou dar qualquer detalhe sobre o que está em discussão.
Dilma tem declarado que o governo não tem condições financeiras de corrigir a tabela acima de 4,5 por cento.