Dólar sobe mais de 1% ante real após BC sinalizar rolagem menor de swap

Publicado em 02/03/2015 17:10

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, com investidores ajustando suas posições à oferta menor de proteção cambial após o Banco Central sinalizar que não deve repor completamente os swaps cambiais que vencem em abril, ao contrário do que tem feito nos últimos meses.

Investidores continuavam demonstrando preocupação com a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do país, que ofuscava os fatores de alívio nos mercados externos e a menor apreensão com o ajuste fiscal no Brasil.

A moeda norte-americana subiu 1,37 por cento, a 2,8951 reais, após atingir 2,8960 reais na máxima do dia. Com isso, a divisa anulou todo o recuo de 1 por cento apurado na véspera.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares.

"Como o BC estava sendo o grande provedor de hedge, a saída desse player traz pressão para o dólar futuro", explicaram analistas da Lerosa Investimentos, em relatório.

Após o fechamento de sexta-feira, o BC anunciou que ofertaria nesta sessão até 7,4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. A autoridade monetária vendeu integralmente a oferta.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária rolará perto de 80 por cento do lote total, equivalente a 9,964 bilhões de dólares. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais.

Nesta manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume correspondente a 98,3 milhões de dólares. Foram vendidos 1.300 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 700 para 1º de fevereiro de 2016.

"Passou a época do dólar barato", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, para quem o câmbio deve continuar pressionado no curto prazo.

Pela manhã, o avanço da moeda norte-americana foi limitado pela expectativa de maior liquidez nos mercados globais devido ao programa de compra de títulos do BCE e da queda dos juros da China.

Investidores também mostravam menor apreensão com a possibilidade de o ajuste fiscal não ser tão forte quanto o prometido pela equipe econômica, após números positivos sobre as contas públicas e a adoção de uma série de medidas fiscais na semana passada. Ainda assim, o quadro de inflação alta e contração econômica ainda deixava investidores com uma postura defensiva.

"Qualquer susto faz estrago", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Agora, agentes financeiros aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), após o fechamento dos mercados na quarta-feira, e o relatório de emprego do governo dos EUA, na sexta-feira, para fazer apostas mais expressivas.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
Macron e Biden dizem que acordo de cessar-fogo no Líbano permitirá retorno da calma
Fed cita volatilidade e dúvidas sobre taxa neutra como motivos para ir devagar com cortes, diz ata
Gabinete de segurança de Israel aprova acordo de cessar-fogo com o Líbano
undefined