Bloqueios nas estradas continuam; são 14 rodovias federais em 11 estados. Agronegócio já está sendo afetado
Os protestos promovidos por transportadores e caminhoneiros contra os baixos preços de frete e os custos com combustíveis prejudicam o transporte de cargas e o escoamento de produtos do agronegócio em diversos Estados brasileiros nesta segunda-feira.
Na Fernão Dias (BR-381), principal ligação entre Belo Horizonte e São Paulo, há pelo menos quatro pontos com bloqueios em Minas e longas filas de caminhões, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a concessionária da rodovia.
Já os bloqueios na BR-163, principal rodovia de Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, entraram no sexto dia nesta segunda-feira, com interrupções em cinco trechos, preocupando agricultores do norte do Estado, que temem ficar sem diesel para as máquinas que realizam a colheita de soja.
Desde o início da manhã há interrupções para o trânsito de caminhões na BR-163 em Cuiabá, Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso, com formação de filas de três quilômetros em alguns pontos, informou a concessionária Rota do Oeste.
Também há registros de paralisações em estradas federais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, segundo a PRF.
REFLEXOS PARA O AGRONEGÓCIO
Produtores de aves e suínos estão enfrentando dificuldades no abastecimento de insumos e liberação de cargas perecíveis em meio aos vários piquetes armados por frentes sindicais de caminhoneiros, disse nesta segunda-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A associação disse que os protestos afetam regiões produtoras de aves e suínos, no Sudeste e no Sul, e podem comprometer também o transporte e a exportação de produtos. O Brasil é o maior exportador de carne de frango.
Em Mato Grosso, a BR-163 é responsável pelo escoamento de 70 por cento da safra de grãos do Estado, principal produtor de soja do país, e também é a única rota de chegada de insumos para muitos municípios no norte e médio-norte mato-grossense.
As manifestações ocorrem em um período em que os trabalhos de colheita estão intensos, preocupando compradores e agricultores.
Em alguns municípios pequenos, como Vera, já há registros de falta de óleo diesel para abastecer propriedades rurais, relatou o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) para a região norte de Mato Grosso, Silvésio de Oliveira.
"A preocupação existe, por conta do desabastecimento. Ainda não é uma coisa generalizada, mas daqui a pouco começa a faltar óleo diesel. Em alguns municípios mais de fora já há problemas", disse Oliveira à Reuters.
A colheita de soja em Mato Grosso atingiu até a sexta-feira 25 por cento da área plantada, contra 45 por cento na mesma época do ano passado.
"O que preocupa é o diesel", disse o produtor de soja Jucelino Dalmolin, que na noite de domingo, mesmo sem a luz do sol, coordenava o trabalho de colheita de suas lavouras em Sinop, recuperando o atraso causado por chuvas recentes na região.
NEGÓCIOS AFETADOS
Na sexta-feira, fontes do mercado já sinalizavam que os bloqueios na BR-163 começavam a afetar os negócios com a soja de Mato Grosso.
Grandes tradings, que realizam o processamento e a exportação da soja, têm oferecido preços menores pela soja no mercado à vista, tentando precaver-se de possíveis despesas com multas por atraso no embarque de navios.
Enquanto isso, produtores, em geral capitalizados pelas boas safras dos últimos anos, pedem valores maiores pelo produto, esfriando o fechamento de negócios.
Os bloqueios em rodovias de Mato Grosso estão sendo organizados por caminhoneiros e donos de transportadoras que reclamam dos baixos preços de frete praticados atualmente e dos altos custos de operação --pela distância em relação aos principais polos de refino, o diesel é ainda mais caro em Mato Grosso do que em outras áreas do país.
Os manifestantes pedem ações do governo do Estado para reduzir impostos sobre o diesel e balizar os preços pagos pelo transporte.
A Petrobras elevou ao final do ano passado os preços do diesel na refinaria, e posteriormente o governo federal reimplementou alguns tributos incidentes sobre os combustíveis, como a Cide, com impacto no valor da bomba.
Greve dos caminhoneiros continua em todo o Brasil nesta segunda-feira (23)
Desde a última quarta-feira (18), caminhoneiros estão realizando protestos por todo o Brasil e parando o país ao reivindicar por melhores condições de trabalho. Os profissionais se mobilizam contra a redução do valor do frete e o aumento do óleo diesel, dois fatores que têm trazido enormes prejuízos ao setor.
Nesta segunda-feira (23), há pelo menos sete estados com pontos confirmados de paralisação: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. Na região de São José do Cedro/SC, há mais de 300 caminhões parados e, em São Miguel do Oeste, no mesmo estado, há mais de mil veículos apoiando a mobilização.
Representantes dos caminhoneiros e de transportadoras se reuniram, na última sexta-feira (20), com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, que prometeu criar uma comissão técnica para avaliar a situação e, principalmente, a alíquota do ICMS sobre o diesel. E até que cheguem aos caminhoneiros medidas e respostas concretas dos governos, a paralisação deve continuar, segundo os representantes dos protestos.
Por conta desse cenário, já há, em importantes regiões de produção dificuldades dos agricultores de conseguirem escoar sua produção, como o leite em Santa Catarina, ou da chegada de insumos como combustível e ração para os animais em São João, no Paraná, por exemplo.
Nos links abaixo, veja as entrevistas feitas pelo Notícias Agrícolas com líderes dos movimentos, produtores e caminhoneiros nesta segunda-feira. Em seguida, as notícias sobre os protestos divididas por estados:
>> Adelar Zimmer - Vice-Presidente Regional da Faesc
>> Evandro Bonvechio - Caminhoneiro - Sinop/MT
>> Arceny Bocalon - Presidente do Sindicato Rural de São João/PR
Custo do diesel gera protesto de caminhoneiros
Os altos valores cobrados pelo óleo diesel levaram inúmeros caminhoneiros a protestar ontem em quatro estados do Brasil (Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), sendo que, em alguns locais, as pistas foram bloqueadas. No Estado, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, houve manifestações nos municípios de Ijuí, Seberi e Boa Vista do Buricá (esse último com interrupção do fluxo de veículos na BR-472).
O integrante do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga - Ijuí e região Noroeste Marcos Fell informa que na cidade o protesto, que transcorreu de forma pacífica. Consistiu na parada de vários caminhões ao lado da BR-285, mas sem a paralisação do trânsito na rodovia. Fell confirma que a indignação é quanto ao preço do combustível e contra o que classifica de "bagunça e roubalheira" do governo federal.
De acordo com levantamento feito recentemente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o custo médio do diesel em Ijuí era de R$ 2,77 e do diesel S-10 (com menor teor de enxofre) era de R$ 2,98. Quanto à média do Brasil, a agência aponta, no mês de fevereiro, também R$ 2,77 para o diesel convencional e de R$ 2,92 para o S-10.
Leia a notícia na íntegra no site Jornal do Comércio
Mato Grosso
Cuiabá, Jaciara, Serra de São Vicente e Posto Gil são fechados por caminhoneiros em protesto;
Motoristas de caminhão e empresários do transporte de cargas em Cuiabá, Jaciara e a Serra de São Vicente ‘fecharam’ a BR-163/364, nesta segunda-feira (23), em protesto contra o aumento do valor do litro do óleo diesel e baixo preço pago pelo frete. Segundo informações dos manifestantes, a região do Posto Gil também está bloqueada. Os manifestos em Mato Grosso já duram 15 dias e no Brasil chegam a oito o número de Estados em protesto. Em Santa Catarina já falta combustível nos postos e alimentos nos supermercados.
Em Cuiabá o protesto é realizado na BR-364, Km 397, em frente ao Posto Aldo Locatelli. O bloqueio da pista teve início às 5h30 desta segunda-feira (23). A reportagem do Agro Olhar esteve no local e constatou consideráveis filas de carretas em ambos os sentidos das pistas por volta das 6h10. No local apenas carros de passeio, ambulâncias, ônibus, caminhões carregados com cargas vivas (bovinos, suínos, aves e peixes), caminhões com ração da BRF, além de carretas carregadas com cargas perecíveis e verduras podem passar.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Cuiabá o trânsito será liberado às 11h e fechado às 13h, voltando a ser aberto para trafego normal às 19h.
Leia a notícia na íntegra no site do Olhar Direto
Bloqueio de rodovia traz temor de falta de diesel para colheita de soja em MT
Por Gustavo Bonato
SINOP, Mato Grosso (Reuters) - Os protestos promovidos por transportadores na principal rodovia de Mato Grosso entraram no sexto dia nesta segunda-feira, com bloqueios em pelo menos cinco trechos, preocupando agricultores do norte do Estado, que temem ficar sem diesel para as máquinas que realizam a colheita de soja.
Desde o início da manhã há interrupções para o trânsito de caminhões na BR-163 em Cuiabá, Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso, com formação de filas de três quilômetros em alguns pontos, informou a concessionária Rota do Oeste.
A rodovia é responsável pelo escoamento de 70 por cento da safra de grãos de Mato Grosso, principal produtor agrícola do país, e também é a única rota de chegada de insumos para muitos municípios no norte e médio-norte do Estado.
Em alguns municípios pequenos, como Vera, já há registros de falta de óleo diesel para abastecer propriedades rurais, relatou o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) para a região norte de Mato Grosso, Silvésio de Oliveira.
"A preocupação existe, por conta do desabastecimento. Ainda não é uma coisa generalizada, mas daqui a pouco começa a faltar óleo diesel. Em alguns municípios mais de fora já há problemas", disse Oliveira à Reuters.
A colheita de soja em Mato Grosso atingiu até a sexta-feira 25 por cento da área plantada, contra 45 por cento na mesma época do ano passado.
"O que preocupa é o diesel", disse o produtor de soja Jucelino Dalmolin, que na noite de domingo, mesmo sem a luz do sol, coordenava o trabalho de colheita de suas lavouras em Sinop, recuperando o atraso causado por chuvas recentes na região.
Na sexta-feira, fontes do mercado já sinalizavam que os bloqueios na BR-163 começavam a afetar os negócios com a soja de Mato Grosso.
Grandes tradings, que realizam o processamento e a exportação da soja, têm oferecido preços menores pela soja no mercado à vista, tentando precaver-se de possíveis despesas com multas por atraso no embarque de navios.
Enquanto isso, produtores, em geral capitalizados pelas boas safras dos últimos anos, pedem valores maiores pelo produto, esfriando o fechamento de negócios.
Os bloqueios em rodovias de Mato Grosso estão sendo organizados por caminhoneiros e donos de transportadoras que reclamam dos baixos preços de frete praticados atualmente e dos altos custos de operação. Eles pedem ações do governo do Estado para reduzir impostos sobre o diesel e balizar os preços pagos pelo transporte.
Mato Grosso do Sul
Caminhoneiros bloqueiam rodovia federal em Mato Grosso do Sul
Caminhoneiros que aderiram ao protesto contra o aumento dos combustíveis e de outros impostos em Mato Grosso do Sul bloquearam, na manhã desta segunda-feira (23), um trecho da BR-163 em Dourados, região sul do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação começou por volta das 8h (de MS), no km 256. Ainda não há informações sobre congestionamento na rodovia.
A via está parcialmente interditada. No trecho, apenas carros, ônibus, ambulâncias e caminhões com cargas vivas são autorizados a seguir viagem. A PRF está no local.
Segundo informações da CCR MSVia, concessionária que administra a rodovia no estado, até o momento, cerca de dez caminhões bloqueiam a BR-163, próximo ao "Trevo da Bandeira".
Leia a notícia na íntegra no site do G1 - Mato Grosso do Sul
Goiás
Protesto de caminhoneiros interdita parcialmente a BR-364, em Jataí, GO
Um protesto de caminhoneiros interdita parcialmente a BR-364, no perímetro urbano de Jataí, no sudoeste de Goiás, na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 50 manifestantes reclamam do alto preço do combustível e dos baixos valores pagos pelos fretes.
O ato começou por volta das 8h e ocupa apenas uma das faixas da rodovia, no sentido Mineiros, na altura do Km 196. Segundo a PRF, ainda não há congestionamentos, pois a via é duplicada e o tráfego flui pela faixa que ainda está liberada. "Mas recomendamos que os motoristas evitem a região, pois a situação pode se complicar", destacou ao G1 o inspetor Newton Moraes.
Leia a notícia na íntegra no site do G1 - Goiás
Minas Gerais
Quatro trechos da BR-381 seguem bloqueados por caminhoneiros nesta segunda-feira
Caminhoneiros mantêm na manhã desta segunda-feira o bloqueio parcial em quatro trechos da BR-381, a rodovia Fernão Dias. Segundo a Polícia Rodovária (PRF), a circulação de veículos de carga está impedida parcialmente em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Oliveira, Perdões e Santo Antônio do Amparo, no Centro-Oeste do estado, nos dois sentidos da rodovia. Com isso, o trânsito está lento para os demais veículos que utilizam a faixa da esquerda. A interdição parcial na BR-381 começou às 5h desse domingo e se estendeu ao longo dia. A PRF informou que negocia com os caminhoneiros a liberação da rodovia, mas, por enquanto, não há previsão para o fim do protesto.
Conforme a Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia, por volta das 7h30, a situação estava pior em Igarpé, entres os KMs 496 e 522. Em direção a SP, a fila de caminhões e carretas parados chegava a 17 quilômetros e, no sentido BH, nove quilômetros. Em Oliveira, entre os KMs 616 e 622, o congestionamento era de cinco quilômetros em direção a BH e de um quilômetro na pista sul. Já em Perdões, a fila de veículos se prolonga por cerca de 3 quilômetros em ambos os sentidos. Do km 638 ao 636, na pista norte, sentido BH, em Santo Antônio do Amparo, havia dois quilômetros de congestionamento. A polícia informou também a manifestação já afeta o acesso à BR-262 em Betim.
Leia a notícia na íntegra no site Em - Minas Gerais
Caminhoneiros fazem manifestação e bloqueiam parte da BR-381
Caminhoneiros fazem uma manifestação na manhã deste domingo e fecham parte da Rodovia Fernão Dias (BR-381) em Igarapé, na Grande BH. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os trabalhadores estão impedindo a passagem de motoristas de veículos de carga e jogando pedras em caminhões que tentam furar o bloqueio. Carros, motos e ônibus têm permissão para passar.
Norton ViggianoDuas faixas estão fechadas no sentido Belo Horizonte/São Paulo desde 6h, na altura do km 513. Segundo a PRF, os caminhonheiros protestam contra a alta no preço do diesel e pedem aumento no valor do frete pago a eles. A manifestação gerou mais de nove quilômetros de congestionamento na estrada, tanto na direção bloqueada quanto no sentido São Paulo/BH.
A PRF sugere que motoristas usem um desvio seguindo pela BR-262, MG-050 entre Juatuba até Itaúna e depois usando a MG-431. Da rodovia estadual, os motoristas podem acessar novamente a BR-381, na altura de Itatiaiuçu.
De acordo com PRF, apesar de informações de que o protesto é organizado pelo Sindicato dos Caminhoneiros, não há lideres no movimento para negociar a liberação da via. Os policiais encontram dificuldades na tentativa de desbloquear a rodovia. O Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros informou que a manifestação partiu dos próprios motoristas.
Leia a notícia na íntegra no site Em - Minas Gerais
Fernão Dias continua bloqueada por ato de caminhoneiros
Um protesto de caminhoneiros fechava parte da Fernão Dias, na altura de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), duas faixas da pista no sentido São Paulo estavam fechadas, por volta de 7 horas, entre Betim e Igarapé. A manifestação começou neste domingo. A PRF informou que há trechos de interdição também perto das cidades de Oliveira, na Região Centro-Oeste, e em Perdões, no Sul do estado.
Os veículos de carga estão sendo obrigados a parar, segundo a corporação. Manifestantes reclamam da alta do preço do combustível e reivindicam aumento no valor do frete. "Nós não temos condições de pagar o óleo (diesel) a R$2,75. Nesses últimos três meses, o petróleo subindo, subindo e o frete lá embaixo. Como a gente vai rodar num país desse que o custo se tornou mais caro?", argumenta o caminhoneiro Juarez Ananias que participa do protesto.
Leia a notícia na íntegra no site G1 - Minas Gerais
Paraná
Protesto de caminhoneiros mantém interdições em várias rodovias do PR
Dez rodovias estaduais e três federais do Paraná ainda permaneciam interditadas por causa dos protestos de caminhoneiros até as 9h desta segunda-feira (23). Nas estaduais, são 16 trechos fechados (veja abaixo a lista). Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os trechos são importantes porque fazem ligação com cidades grandes como Cascavel, Curitiba e Guarapuava. Nas federais, são quatro os pontos de bloqueio e estão concentrados, em sua maioria, nas cidades do sudoeste do estado (veja abaixo a lista).
No entanto, as filas não passam de um quilômetro, conforme os policiais. Apenas os caminhões estão sendo proibidos de passar e os demais veículos, como carros de passeio e de emergência, circulam normalmente pelas rodovias. Não há previsão para a liberação das interdições, segundo a polícia. Mais cedo, as polícias rodoviárias haviam contabilizado 15 estradas bloqueadas.
Os caminhoneiros realizam manifestações no estado desde o dia 13 de fevereiro e já interditaram diversos trechos em todo o estado. Também há protestos em outras partes do Brasil.
Leia a notícia na íntegra no site G1 - Paraná
No Paraná, 15 estradas estão interditadas por caminhoneiros
Onze rodovias estaduais e quatro federais do Paraná ainda permanecem interditadas por causa dos protestos de caminhoneiros na manhã desta segunda-feira (23). Nas estaduais, são 17 trechos fechados. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os trechos são importantes porque fazem ligação com cidades grandes como Cascavel, Curitiba e Guarapuava.
Na região de Curitiba, o trecho da BR-116, em frente à Central de Abastecimento (Ceasa), o protesto de caminhoneiros deixa o trânsito bastante lento com o bloqueio total da via, sentido Sul, em Fazenda Rio Grande. A Policia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada para auxiliar o tráfego da via de importante acesso à Capital e outros mercados da região.
Apenas os caminhões estão sendo proibidos de passar. Os demais veículos como carros de passeio e de emergência circulam normalmente pelas rodovias.
Já nas federais, são cinco pontos de bloqueio, também em trechos importantes concentrados, em sua maioria, nas cidades do sudoeste do estado. Até as 7h30, apenas os veículos de emergência e com carga viva estavam sendo liberados pelos manifestantes.
Leia a notícia na íntegra no site Bem Paraná
Santa Catarina
Greve dos caminhoneiros asfixia a economia do grande oeste catarinense
Da MB Comunicação
A greve dos caminhoneiros que afeta o grande oeste catarinense desde a última quarta-feira atingiu um estágio crítico e ameaça inviabilizar o funcionamento das indústrias de processamento de leite, carnes e grãos gerando milhões de reais em prejuízos para toda a cadeia produtiva, de acordo com o Diretor Executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV),Ricardo de Gouvêa.
Os bloqueios nas rodovias federais e estaduais – localizados em São Miguel do Oeste, Maravilha, Palmitos, Anchieta, Nova Erechim, Campo Erê, Xaxim, Xanxerê, Guaraciaba, Mafra e Campos Novos – não permitem a passagem de caminhões vazios nem de mercadorias não perecíveis. Podem passar carga viva (suínos, aves, bovinos), rações e produtos perecíveis como leite e outros alimentos in natura.
Na prática, porém, isso está asfixiando a economia regional: os milhares de caminhões que transportam rações para os estabelecimentos rurais passam carregados, mas, quando retornam, depois de entregue a carga, são barrados nos bloqueios. O mesmo ocorre com os caminhões que retiram do campo o leite e os animais para abate – eles só passam uma vez, quando, carregados, sendo barrados no retorno.
“Essa conduta dos grevistas está estrangulando a economia regional”, expõe Gouvêa. Todo o transporte regional de matérias-primas do campo para a indústria (leite e carga viva) e das indústrias para os produtores rurais (rações, pintinhos, leitões, remédios, sementes etc) está paralisado.
Os frigoríficos já estão reduzindo o volume diário da abate, como o caso da unidade da Aurora em Abelardo Luz que baixou pela metade o processamento de frangos e pode parar nesta semana, se o fluxo de entrega de aves não for normalizado.
O segmento do leite é o mais ameaçado: Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões de litros/ano e o oeste catarinense responde por 73,8% da produção. A obstrução da circulação dessa imensa riqueza econômica de 5,8 milhões de litros/dia causa prejuízos a cerca de 60 mil famílias rurais oestinas. A coleta do leite nas áreas rurais foi suspensa na maioria dos laticínios.
Existem mais de 50 agroindústrias de médio e grande porte no oeste e outras 600 de natureza familiar produzindo alimentos à base de carne, grãos e leite.
O dirigente do Sindicarne alertou que os produtores rurais, solidários ao movimento dos transportadores, estão sendo tão ou mais prejudicados que as agroindústrias. “Isso é uma incoerência”.
O Sindicarne e a ACAV alertaram hoje os governos Federal e Estadual sobre os graves e nocivos efeitos da greve dos caminhoneiros, advertindo que a suspensão da nutrição animal poderá gerar mortandade maciça nos planteis e graves problemas sanitários, com reflexos mercadológicos no Brasil e no mundo. Um dos efeitos temidos é a ocorrência de canibalismo nos criatórios com queda de resistência, ficando os animais vulneráveis à doença, o que pode afetar o status sanitário do Estado.
Ao menos 9 trechos de rodovias de SC estão bloqueados por motoristas
Ao menos nove trechos de rodovias que passam por Santa Catarina estavam bloqueados por motoristas até o início da noite deste domingo (22): BR-158 em Cunha Porã, BR-470 e BR-282 em Campos Novos, BR-282 em Maravilha, BR-116 em Mafra, BR-282 em Nova Erechim, BR-153 em Irani, BR-282 em São Miguel do Oeste, BR-163 em São José do Cedro e BR-282 em Xanxerê.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-116, em Papanduva, foi liberada por volta das 17h deste domingo (22). A maior parte dos bloqueios é parcial. Os motoristas permitem a passagem de carros de passeio, cargas vivas, com produtos perecíveis e ambulâncias.
O protesto começou na última quarta-feira (18) e não há previsão de término. Os manifestantes reivindicam melhores condições nas rodovias da região e protestam contra o aumento no valor de combustíveis.
Leia a notícia na íntegra no site G1 - Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Contra o aumento dos combustíveis, caminhoneiros bloqueiam rodovias no Estado
Protestos contra a alta de preços dos combustíveis, dos pedádios e contra as más condições das estradas bloqueiam alguns trechos de algumas rodovias na manhã desta segunda-feira (23) no Estado. Uma das manifestações ocorre na BR-392 em Pelotas. Caminhões de carga, exceto cargas vivas, de ração e de leite, estão sendo parados. A passagem de carros e ônibus é liberada.
Outros protestos devem ocorrer em pelo menos outros três trechos. Na BR-386, em Seberi, caminhões estão parados no acostamento da rodovia e causam lentidão no trecho. Na RS-569, em Palmeira das Missões há previsão de protestos.
Leia a notícia na íntegra no site Diário de Canoas
Caminhoneiros bloqueiam rodovias contra aumento do diesel
Caminhoneiros protestam, nesta segunda-feira, em rodovias de diferentes Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, contra a alta do diesel, dos pedágios e pelo aumento no valor dos fretes.
A manifestação deixa o trânsito lento entre os quilômetros 62 e 66 da BR-392, em Pelotas, no sentido Interior-Capital. Caminhões de carga — exceto cargas vivas, ração e leite — estão sendo parados nos acostamentos e em um posto de combustíveis. Segundo a Ecosul, concessionária que administra a rodovia, o protesto libera passagem de carros e ônibus. Pneus estão sendo queimados na pista, e o tamanho do congestionamento ainda não foi confirmado. Cerca de 10 caminhoneiros estão parados no local.
Na RS-569, em Palmeira das Missões, havia previsão de bloqueio a partir das 6h, mas a manifestação não havia começado às 7h30min. Na BR-386, km 50, em Seberi, cerca de 10 caminhões estão parados no acostamento, o que deixa o trânsito um pouco lento, mas sem grandes alterações.
Confira a notícia na íntegra no site do Zero Hora
Na Folha: Caminhoneiros bloqueiam rodovias em 9 Estados
Em protesto contra a alta dos preços dos combustíveis, dos pedágios e dos valores dos tributos sobre o transporte, caminhoneiros bloqueiam parcialmente ao menos 38 pontos em rodovias estaduais e federais do Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul neste domingo (22). Caminhões de carga, exceto cargas vivas, de ração e de leite, estão parados nos acostamentos.
São 9 Estados afetados nesta manhã, e o movimento continua se espalhando.
Sta. Catarina é o Estado mais afetado. As informações sobre os pontos de bloqueios foram obtidas nas polícias rodoviárias estaduais e federais.
A intenção é que o movimento, que começou na quarta-feira (18) no Paraná e em Santa Catarina, seja expandido para o resto do país ao longo da semana, de acordo com Tobias Brombilla, diretor da Associação dos Caminhoneiros de Rodeio Bonito (RS).
"O setor de transporte de carga está passando por uma crise histórica, sem que os caminhoneiros consigam ter retorno", afirmou. Segundo ele, os caminhoneiros do Rio Grande do Sul iniciaram a paralisação neste domingo durante a manhã e os caminhões deverão ser liberados para seguir viagem à noite.
De acordo com as polícias, mesmo com o protesto, os demais veículos não enfrentam problemas nas estradas, já que o bloqueio é parcial.
O Paraná registrou a maior concentração de caminhoneiros parados, ocupando 22 pontos de estradas. Em cada trecho há, no mínimo, 100 caminhões, segundo as polícias. Em São Miguel do Oeste, por exemplo, havia 300 caminhões parados, de acordo com Vilmar Bonora, um dos líderes do movimento no Estado.
Ainda segundo ele, caminhões que transportam combustível também estão parados, o que já está causando prejuízos no município; até a tarde, três postos estavam sem combustível nas bombas. "Só passa caminhão que leva [combustível] para ambulâncias e bombeiros. O resto, fica", afirmou.
Os caminhoneiros também pedem para que seja criada uma tabela de preços do frete baseada no km rodado e reclamam da jornada de trabalho implantada em setembro do ano passado, que fixou em oito horas diárias e um adicional de duas horas extras.
Odi Antônio Zani, um dos líderes do movimento em Palmeira das Missões (RS), afirmou que os caminhoneiros estão registrando, em média, queda de 30% no faturamento mensal por causa da lei.
"Eu tinha três caminhões rodando as estradas e faturava R$ 120 mil mensais no total. Tive de vender um caminhão e meu faturamento caiu para R$ 68 mil", afirmou.
As paralisações devem continuar nesta segunda-feira (23), de acordo com os caminhoneiros.