Dólar sobe e vai a R$ 2,88 após acordo sobre dívida grega

Publicado em 23/02/2015 09:31

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (23), no patamar mais alto do ano, após ter renovado a máxima em mais de 10 anos na última sessão.

O mercado repercute o acordo entre a Grécia e a União Europeia, que estendeu por mais quatro meses a ajuda financeira para o país conseguir pagar sua dívida, no fim da tarde de sexta-feira (20).

Às 9h15, a moeda norte-americana operava cotada a R$ 2,8853, com avanço de 0,23%, atingindo nova máxima em mais de uma década.

Leia a notícia na íntegra no site do G1, em São Paulo

Dólar tem leves variações, após superar R$2,90 pela 1ª vez em dez anos

SÃO PAULO (Reuters) - Após superar 2,90 reais pela primeira vez em mais de dez anos mais cedo, o dólar alternava entre leves altas e baixas nesta segunda-feira, puxado para cima por preocupações com a Grécia e com a economia brasileira e para baixo pela ação de exportadores e operações de realização de lucros.

Às 12h06, a moeda norte-americana recuava 0,03 por cento, a 2,8751 reais na venda, avançando pela quinta sessão consecutiva. Na máxima da sessão, a divisa chegou a 2,9046 reais e, na mínima, a 2,8715 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 90 milhão de dólares.

"Sempre que o dólar dá uma espichada como essa, é normal que haja alguns respiros no meio do caminho", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Os mercados financeiros globais têm sido pressionados por preocupações com a possibilidade de os desentendimentos entre a Grécia e seus parceiros europeus levarem à saída de Atenas da zona do euro, em mais um golpe à frágil recuperação econômica global.

Na sexta-feira, ministros das Finanças do bloco monetário chegaram a um acordo para estender o programa de resgate à Grécia por quatro meses, mas o país ainda precisa apresentar uma lista de reformas nesta segunda-feira, que deve ser aprovada por seus credores para ratificar o compromisso.

"A Grécia precisa correr para assegurar o acordo. Até lá, o clima vai continuar pesado", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Nesse quadro, o dólar apreciava-se contra moedas como o euro e os pesos chileno e mexicano.

Investidores também vêm mostrando preocupação com a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil e, por isso, diminuído o ritmo de compras de ativos denominados em real. Economistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus diminuíram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, projetando contração de 0,50 por cento, ante 0,42 por cento na semana anterior.

Por fim, as atenções voltavam-se ainda para a política monetária norte-americana. Na semana passada, a ata da última reunião do Federal Reserve chegou a trazer alívio ao câmbio, sugerindo que o banco central dos EUA poderia não dar início ao aperto monetário em junho, mas parte do mercado interpretou que o documento estava defasado por não refletir os mais recentes indicadores econômicos.

Na terça-feira, a chair do Fed, Janet Yellen, falará a um comitê do Senado, em um pronunciamento que pode trazer mais clareza sobre as perspectivas para o aumento de juros na maior economia do mundo, que poderia atrair para fora do Brasil recursos externos.

Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 79 por cento do lote total.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: G1, em São Paulo + Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil