Em VEJA: Prévia do PIB brasileiro indica queda de 0,12% em 2014 (recessão).
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,55% em dezembro na comparação com novembro. Com isso, ele encerrou 2014 com queda de 0,12%, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC nesta quinta-feira.
No quarto trimestre na comparação com o terceiro, o IBC-Br mostrou contração de 0,15%.
Analistas consultados pela Reuters esperavam queda de 0,8% na comparação mensal em dezembro, de acordo com a mediana de 21 projeções.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.
Recessão - O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, explicou ao site da VEJA que ainda não se pode falar em recessão, apesar da contração anual do indicador. O conceito de recessão técnica se dá por queda do PIB em dois trimestres consecutivos, o que não se aplica. No terceiro trimestre, o IBC-Br subiu 0,59% e o próprio PIB cresceu 0,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Assim, seria preciso que o PIB caísse também no primeiro trimestre de 2015 para o país entrar, de novo, em recessão técnica. Perfeito lembra ainda que o IBC-Br é apenas um sinalizador do que pode vir no PIB. "O IBC-Br é 'quase' o PIB; na verdade ele pondera a situação da indústria e do varejo doméstico não contando o setor externo."
A economia fraca prejudicou o mercado de trabalho brasileiro em 2014. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostraram que foram criadas apenas 396.993 vagas de emprego no ano passado, queda de 65% em relação a 2013, quando o saldo líquido foi de 1.138.562 postos de trabalho, e o menor saldo líquido desde 2002.
Além disso, os principais pilares que seguravam a economia brasileira se deterioraram fortemente em 2014: os investimentos, o consumo e as exportações. O único remanescente era o emprego, do qual os governos petistas sempre se gabaram para justificar suas políticas econômicas heterodoxas.
Mas, tudo indica, o cenário mudou. Ocorre que a taxa de desemprego vinha sendo sustentada não só pela criação de vagas, mas também pela grande quantidade de brasileiros em idade ativa que não procurava trabalho. Com o aperto nas regras do seguro-desemprego anunciado no apagar das luzes de 2014, muitos devem voltar à procura.
Contudo, dados coletados pela Fundação Getulio Vargas a pedido do site de VEJA mostram que esses brasileiros não encontrarão boas notícias. O indicador de ‘emprego futuro’ de janeiro de 2015, que apura a confiança da população em relação ao trabalho, atingiu seu pior nível desde o início de 2009. Em um ano, acumula queda de 24%.”
(Com agência Reuters)
Avon tem queda de 12% em vendas trimestrais afetada por Brasil e dólar
(Reuters) - A fabricante de cosméticos Avon teve uma queda de 12 por cento nas vendas trimestrais, atingida por demanda fraca no Brasil, seu maior mercado, e um dólar mais forte.
O prejuízo líquido atribuível à Avon cresceu para 330,7 milhões de dólares, ou 0,75 dólar por ação, no trimestre encerrado em 31 de dezembro, ante 69,1 milhões, ou 0,16 dólar por papel, um ano antes.
A receita total caiu 12,2 por cento, para 2,34 bilhões de dólares, principalmente devido a uma queda de 7 por cento no faturamento do Brasil.
Inadimplência do consumidor no Brasil sobe 16,7% em janeiro, diz Serasa
SÃO PAULO (Reuters) - O índice de inadimplência do consumidor brasileiro teve alta de 16,7 por cento em janeiro deste ano ante janeiro de 2014, o maior ritmo de crescimento dos últimos quatro meses, informou a Serasa Experian nesta quinta-feira.
Na comparação mensal, a inadimplência avançou 4,1 por cento em janeiro ante dezembro, o maior aumento para janeiro desde 2003, de acordo com a Serasa.
Segundo economistas da Serasa, a alta da inadimplência em janeiro de 2015 "reflete as crescentes dificuldades que o consumidor brasileiro está encontrando para honrar seus compromissos financeiros".
Entre fatores que "começam a delinear um cenário menos benigno para a inadimplência do consumidor", os economistas da empresa citaram aumentos sazonais de impostos e taxas como IPTU e IPVA, o realinhamento de vários preços administrados como energia elétrica, transporte urbano e combustíveis, e elevações nas taxas de juros e enfraquecimento do mercado e trabalho.
Entre os tipos de dívida que compõem o indicador de inadimplência, as dívidas não bancárias - cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços - tiveram alta de 10,4 por cento em janeiro ante dezembro, sendo as principais responsáveis pela alta. A inadimplência junto aos bancos cresceu 0,3 por cento.
Por outro lado, os títulos protestados registraram queda de 12,3 por cento em janeiro ante dezembro, enquanto os cheques sem fundo caíram 9,9 por cento.