Ronaldo Caiado coleta assinaturas para CPI do BNDES
O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), começou a coletar assinaturas para instalação de CPI e de CPI mista para investigar empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os requerimentos de autoria do senador pedem apuração dos financiamentos com inícios de ilegalidades a exemplo dos concedidos a JBS Friboi, a Sete Brasil, além dos executados em favor de projetos em Cuba, Equador e Venezuela. Para ser instalada, a CPI precisa da assinatura de 27 senadores; no caso da mista são 27 senadores e 171 deputados.
“O BNDES deixou de ser um banco de desenvolvimento econômico e social para se transformar em financiador dos amigos do rei. Não há transparência quanto ao termos e garantias dos empréstimos e vários indícios de ilicitudes. Um exemplo é o financiamento bilionário ao JBS Friboi, coincidentemente, o maior doador da campanha à reeleição da presidente Dilma”, argumentou o líder.
Caiado classifica como emblemático o caso do empréstimo de R$ 8 bilhões ao grupo JBS Friboi. Em 2014, o BNDES negou acesso aos documentos do financiamento ao Tribunal de Contas da União sob alegação de que haveria sigilo bancário de suas transações. O argumento não foi aceito pelo TCU e o BNDES ingressou com um mandato de segurança para manter as informações secretas.
Já para a Sete Brasil Participações foi concedido apoio financeiro de R$ 10 bilhões para a construção de nove sondas de perfuração, algumas delas contratadas pela Petrobras. Apesar da falta de garantias e alto endividamento da empresa, o valor foi liberado pelo BNDES. Outros casos suspeitos referem-se aos empréstimos de R$ 4,6 bilhões para países, como Cuba. Angola, Equador e Venezuela. As operações chamaram a atenção do Ministério Público pelas enormes quantias liberadas classificadas como operações sigilosas ou a fundo perdido. O investimento mais notório foi a construção do porto de Mariel, em Cuba, com repasses de R$ 1 bilhão do banco a construtora Odebrecht.
“É absurdo o volume de recursos que a União tem colocado no caixa do BNDES para esse tipo de financiamento. De 2006 a 2014, o endividamento do banco junto o Tesouro Nacional aumentou 4.802%”, completou Caiado.