EUA alertam G20 contra uso de taxas de câmbio para impulsionar exportações

Publicado em 10/02/2015 10:39

Por Dasha Afanasieva e Nick Tattersall

ISTAMBUL (Reuters) - Os Estados Unidos advertiram o grupo das 20 principais economias do mundo a não recorrerem à desvalorização de moedas para impulsionar as exportações, enquanto um esboço de comunicado ofereceu uma avaliação pessimista da perspectiva para o crescimento global nesta terça-feira.

A reunião de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais em Istambul acontece num momento difícil, com importantes economias avançando a ritmos diferentes, políticas monetárias divergentes e a Grécia jogando uma nova sombra sobre a Europa.

O Secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, destacou a necessidade de se aterem a compromissos existentes sobre política cambial, disse uma autoridade do Tesouro, promessas estas que incluem evitar desvalorizações competitivas de taxas cambiais.

"O secretário Lew enfatizou fortemente... que estamos muito focados em assegurar que trabalhadores e empresas norte-americanos atuem num campo nivelado e que nenhum país deve usar taxas de câmbio para aumentar as exportações", disse a autoridade.

O Federal Reserve, banco central dos EUA, deve elevar as taxas de juros neste ano, num forte contraste ante os enormes programas de impressão de dinheiro do Banco Central Europeu e do banco central japonês e de cortes de juros da Índia à Austrália, do Canadá à Dinamarca.

Um efeito colateral é de que o dólar tem sido impulsionado enquanto outras importantes moedas recuam. De maneira geral, há uma aceitação em Washington de que um euro e um iene mais fracos são consequências inevitáveis de ações para reviver economias morimbundas, algo que os EUA tem defendido consistemente.

Segundo o esboço do comunicado para a reunião, obtido pela Reuters e que deve ser adotado nesta terça-feira, o G20 comemorou a política de estímulo do BCE --apesar de preocupações da Alemanha-- e disse que a medida vai dar mais suporte à recuperação na zona do euro.

Num aceno às expectativas de que o Federal Reserve vai elevar a taxa de juros, o esboço destacou que algumas economias avançadas com perspectivas de crescimento mais forte estão ficando mais próximas da "normalização da política".

Fonte: Reuters

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