Petróleo sobra nos EUA e inadimplencia da Grécia derrubam Bolsas americanas

Publicado em 05/02/2015 04:59

NOVA YORK (Reuters) - O S&P 500 e o Nasdaq fecharam em queda nesta quarta-feira após dois dias de altas, acompanhando a queda nos preços do petróleo e com os investidores retomando as preocupações com a zona do euro nos últimos minutos da sessão.

O índice Dow Jones teve leve variação positiva de 0,04 por cento, a 17.673 pontos, enquanto o S&P 500 teve perda de 0,42 por cento, a 2.041 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 0,23 por cento, a 4.716 pontos.

O S&P ampliou as perdas no fim da sessão, após o Banco Central Europeu (BCE) cancelar abruptamente sua aceitação de títulos gregos em troca de financiamento. A medida significa que o banco central grego terá que fornecer dezenas de bilhões de euros em liquidez emergencial adicional aos seus bancos nas próximas semanas.

"Isto praticamente reafirma o que nós pensávamos há algum tempo, que haverá uma crise de liquidez se não resolverem esta situação grega", disse o operador sênior de ações da Cabrera Capital Markets Inc Larry Peruzzi.

As ações do Global X FTSE caíram 10,4 por cento, com o volume subindo no final da sessão para 1,2 milhão de ações, o dobro da média móvel de 50 dias. O euro também caiu após a notícia, enquanto o índice financeiro do S&P entrou em território negativo no fim da sessão, terminando em queda de 0,3 por cento.

O Dow Jones terminou em território positivo, sustentado pelas ações da Walt Disney. Os papéis da empresa subiram 8 por cento, para 101,64 dólares, depois que o lucro trimestral superou as expectativas dos analistas.

O índice de energia do S&P 500 caiu 1,6 por cento, acompanhando os preços do petróleo, que recuaram após quatro dias de ganhos que acumularam quase 20 por cento. O petróleo nos EUA caiu 8,7 por cento e fechou a 48,45 dólares após uma nova alta nos estoques de petróleo dos EUA.

 

BCE deixa de aceitar títulos gregos como garantia e pressiona Atenas

FRANKFUT/BRUXELAS (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) cancelou abruptamente nesta quarta-feira a aceitação de títulos gregos em troca de recursos, transferindo para banco central grego o ônus de financiar os bancos e isolando a Grécia, a menos que o país acerte um novo acordo de reforma.

O movimento, que significa que o banco central grego terá que fornecer a seus bancos dezenas de bilhões de euros em liquidez emergencial adicional nas próximas semanas, foi uma resposta ao que muitos em Frankfurt vêem como o abandono pelo governo grego de seu programa de reformas em troca de ajuda.

A decisão veio poucas horas depois de o novo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, deixar uma reunião com o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmando que o BCE faria "o que for preciso" para apoiar países membros como a Grécia.

Em contraste, o movimento do BCE, que exigiu o apoio da maioria dos presidentes de bancos centrais em toda a zona do euro, mostra consternação não só em Frankfurt com os planos do novo governo grego, mas em todo o bloco de 19 países.

O BCE anunciou a sua decisão, que entrará em vigor a partir de 11 de fevereiro, depois que os diretores se reuniram em Frankfurt na quarta-feira.

Isso significa que as dezenas de bilhões de euros em títulos do governo grego, assim como os títulos bancários garantidos por Atenas, não serão mais qualificados como garantia em troca de financiamento do BCE aos bancos.

Em vez disso, caberá agora ao banco central da Grécia fornecer Assistência de Liquidez Emergencial por sua conta e risco, protegendo o resto da zona do euro dos problemas de financiamento desses bancos.

No caso de o banco central grego como resultado entrar em dificuldades, caberia ao endividado governo grego, que não pode se dar ao luxo disto, intervir.

O movimento inesperado acontece após um apelo do novo governo de esquerda da Grécia para que o BCE continuasse ajudando os bancos enquanto negociava a redução da dívida com os seus parceiros da zona do euro.

O BCE agora efetivamente recusou este pedido, aumentando os problemas da Grécia após a Alemanha rejeitar qualquer retrocesso nas políticas de austeridade acordadas.

 

Estoques de petróleo dos EUA sobem pela 4ª semana seguida; pressionam preços

NOVA YORK (Reuters) - Os estoques de petróleo dos Estados Unidos subiram pela quarta semana consecutiva, atingindo um recorde, enquanto os de gasolina e de derivados aumentaram com as refinarias impulsionando a produção, apontaram nesta quarta-feira dados da Administração de Informação de Energia (AIE).

O aumento nos estoques pressionaram os contratos futuros do petróleo nos EUA e do Brent, que caíam mais de 7 por cento e 4,5 por cento, respectivamente, por volta das 16h24 (horário de Brasília).

Os estoques de petróleo subiram 6,3 milhões de barris na semana passada, para 413,06 milhões de barris, em comparação com as expectativas dos analistas de um aumento de 3,5 milhões de barris.

Os estoques no ponto de entrega da bolsa de Nova York, em Cushing, Oklahoma, subiram 2,5 milhões de barris, disse a AIE.

Os estoques de gasolina subiram 2,3 milhões de barris, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de um aumento de 67.000 barris.

Os estoques de derivados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, aumentaram 1,8 milhão de barris, contra expectativas de queda de 1,8 milhão.

"O relatório é baixista com os aumentos nas três categorias principais", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC, em Nova York.

Fonte: Reuters

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