Dilma prestigia Kátia Abreu na CNA, mas adia anuncio para o Ministério da Agricultura
Dilma a Kátia Abreu: 'Estaremos mais próximas do que nunca'
Senadora é cotada para asssumir Ministério da Agricultura no próximo mandato e tomou posse em novo mandato na CNA
A presidente Dilma Rousseff e Kátia Abreu: relação cortês e afável, nas palavras da senadora (Sérgio Lima/Folhapress/VEJA)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que ela e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) estarão mais próximas do que nunca nos próximos quatro anos. A petista discursou na cerimônia de posse da parlamentar em mais um mandato à frente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A presença de Dilma em eventos como esses é rara, e a ida dela à posse de Kátia Abreu apenas reforçou as especulações sobre a nomeação da senadora para o Ministério da Agricultura.
Em seu pronunciamento, Dilma afirmou que a presidente da CNA "honra e orgulha as mulheres do nosso país, pela capacidade de trabalho, pelas convicções firmes e pelo fato de ser uma lutadora incansável por um segmento que é muito importante para o país". A petista também afirmou que, além de ser uma deferência à CNA e aos produtores rurais, sua presença no evento "foi uma forma de homenagear uma mulher que se distingue na direção da CNA e que honra o Brasil".
Apesar de não ter feito qualquer menção direta a uma possível nomeação, a presidente disse que os produtores rurais terão mais espaço para tomar decisões em seu próximo governo e afirmou que vai estreitar os laços com Kátia Abreu: "Tenho certeza de que vamos caminhar juntas e de que estaremos muito próximas nos proximos quatro anos. Mais próximas do que nunca", disse ela.
Kátia Abreu foi filiada ao DEM até 2011, quando migrou para o PSD e se aproximou da base aliada. Nas últimas eleições, ela apoiou a reeleição de Dilma Rousseff — que, por sua vez, gravou até um depoimento em vídeo para pedir voto à neoaliada na disputa por uma vaga no Senado em Tocantins. Kátia Abreu conseguiu se reeleger.
No discurso que fez nesta segunda-feira, a senadora também exaltou o papel do governo nos avanços recentes do setor. "Algo mudou e a presidente Dilma Rousseff tem muito a ver com isso", disse ela.
No VALOR: Dilma fala em fortalecer parceria com Kátia Abreu em posse na CNA
Em discurso na solenidade de posse da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) na presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), a presidente Dilma Rousseff exaltou a relevância do agronegócio na economia brasileira e anunciou que pretende fortalecer a parceria com a aliada pelos próximos quatro anos. Kátia será confirmada como nova ministra da Agricultura, no segundo mandato da presidente Dilma, ate quinta-feira (18).
“Hoje, Kátia, nossa parceria está apenas começando, estaremos juntas pelos próximos quatro anos”, afirmou Dilma. “As reivindicações do agronegócio serão sempre uma baliza para políticas de apoio ao setor”, reforçou.
Ainda no conjunto de afagos, Dilma dirigiu-se a Kátia como “amiga”, disse que ela se distinguiu na direção da CNA – Kátia assumiu o terceiro mandato consecutivo na instituição -, afirmou que ela “honra e orgulha” as mulheres brasileiras por sua “capacidade de trabalho, convicções firmes” e luta “incansável” pela agricultura e pecuária brasilei ras.
Em seu discurso, Dilma exaltou o papel da agropecuária brasileira. Em tom conciliatório, buscou reunir todas as forças de trabalho na terra, dos pequenos aos grandes produtores, inclusive citando defensores do meio ambiente, como responsáveis pela “segurança alimentar” no Brasil e de outros países. Foi uma resposta implícita às críticas dos movimentos sociais e de ambientalistas pela indicação de Kátia Abreu para o ministério da Agricultura.
“As bandeiras da produtividade e preservação estão nas mãos de todos”, disse Dilma. “Por isso, eu digo que nós temos um imenso conjunto aqui representado, dos empresários do agronegócio aos trabalhadores rurais, dos ambientalistas e de todos eles, sem considerar diferenças políticas ou ideológicas”, sustentou.
Dilma afirmou que nos últimos 12 anos, sob o governo do PT, a produção de grãos mais que dobrou e houve um crescimento de 44% na área plantada. Em 2002, a safra foi de 96,8 milhões de toneladas em 40,2 milhões de hectares. Em 2014, ela espera ultrapassar 200 milhões em 58 milhões de hectares, disse a presidente.
Dilma completou que seu governo garantiu o “maior e mais completo plano agrícola”, destinando R$ 156,4 bilhões aos grandes produtores, além de R$ 24 bilhões à agricultura familiar. Para o segundo mandato, Dilma afirmou que “não faltarão condições nem recursos adequados” para continuar expandindo a produção. Ela se comprometeu com políticas específicas como “financiamentos aos médios produtores”, financiamentos aos produtores de cana, café e laranja, fortalecimento de programas de inovação e modernização tecnológica, melhorar o seguro agrícola e buscar sua universalização e prometeu garantir ao Brasil “uma logística de transporte compatível com o dinamismo da produção agrícola”. (por Por Andrea Jubé e Cristiano Zaia | Valor Economico)... Leia mais em: https://www.valor.com.br/politica/3824246/dilma-fala-em-fortalecer-parceria-com-katia-abreu-em-posse-na-cna#ixzz3M1EZj5DM
Na FOLHA: 'Estaremos mais próximas do que nunca', diz Dilma a Kátia Abreu
Cotada para assumir o ministério da Agricultura no próximo governo da presidente Dilma Rousseff, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) recebeu afagos e elogios da presidente durante a cerimônia de posse da peemedebista como presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), realizada na noite desta segunda-feira (15) em Brasília. Sem confirmar o nome de Kátia para o ministério, Dilma afirmou que elas estarão mais "próximas do que nunca" em seu segundo mandato.
A presidente participou da cerimônia como uma forma de "homenagear" a senadora, como explicou em seu discurso, a quem chamou de amiga e de "mulher que honra o Brasil". Apesar dos afagos, Dilma não confirmou a peemedebista como ministra.
"Hoje, Kátia Abreu, quero lhe dizer que nossa parceria está apenas começando. Nós temos quatro anos pela frente. Eu reafirmo o que disse naquela ocasião [quando participou do debate com candidatos à presidência na CNA] as reivindicações do agronegócio serão sempre uma baliza para a construção das políticas de apoio ao setor. [...] No novo mandato que se inicia, quero o produtor rural participando junto comigo, tomando as decisões com o governo e atuando diretamente na definição das nossas políticas", disse Dilma.
Alan Marques/Folhapress | ||
Dilma Rousseff participa de posse da senadora Kátia Abreu como presidente da CNA |
"Queria aqui dar os parabéns à minha amiga Kátia por todas as suas realizações passadas e por todas as suas realizações futuras. Tenho certeza que estaremos muito próximas no meu segundo governo, mais próximas do que nunca", complementou.
Kátia Abreu foi reconduzida à presidência da CNA após seis anos à frente da confederação. Em seu discurso, ela agradeceu à presidente que, para ela, "foi a primeira chefe de governo a se dispor a entender e atender a agenda tão complexa do agronegócio para além das questões partidárias".
A senadora elencou ainda os resultados do agronegócio no país, com destaque para a geração de empregos e a participação do setor no PIB (Produto Interno Bruto) do país, que em 2014, atingiu 23,3%, segundo a senadora. Dilma também afirmou que não deixará faltar recursos para o setor.
Uma das principais líderes do agronegócio no país, a senadora é contada como parte da cota pessoal de Dilma na reforma ministerial. A bancada do PMDB no Congresso não apoiou a sua indicação e ainda negocia com Dilma a composição das pastas que cabem ao partido.
A indicação de Kátia Abreu desagrada também a alguns setores da sociedade civil, principalmente, àquelas ligadas aos movimentos sem-terra, aos ambientalistas e às causas indígenas. Dentro do próprio PT a escolha não foi bem aceita. Setores do partido manifestaram desconforto com a indicação em reunião da sigla no final de novembro, em Fortaleza.
Pelo menos duas entidades manifestaram suas insatisfações diretamente à Dilma nos últimos dias. Na tarde desta segunda, a presidente se reuniu com integrantes do MST (Movimento dos Sem-Terra) no Palácio do Planalto. Segundo o coordenador nacional da entidade, Alexandre Conceição, o grupo reclamou da indicação mas Dilma não quis discutir o assunto. "Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, o trabalho escravo. E representa, principalmente, em seu Estado a grilagem de terra", disse.
Na semana passada, Dilma ouviu reclamações do presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Ercílio Broch, que, em reunião com a presidente, classificou a decisão como "péssima".
Durante parte do dia, manifestantes contrários à indicação da senadorainvadiram a sede da CNA, em Brasília, com faixas em apelava a Dilma para que desistisse da nomeação.
A indicação de Kátia Abreu gerou até atrito com o grupo JBS (que controla o frigorífico Friboi), maior doador da campanha de Dilma Rousseff (PT) na eleição deste ano.
Segundo a Folha apurou, estava tudo certo para que a nomeação de Kátia Abreu para a Agricultura fosse anunciada por Dilma na cerimônia desta segunda. Mas ela acabou adiada a pedido do vice-presidente Michel Temer, que quer todos os ministros do PMDB anunciados em bloco.
Em reunião com Dilma, MST repudia indicação de Abreu para a Agricultura
Em encontro com a presidente Dilma nesta segunda-feira (15), representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) criticaram a indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério da Agricultura.
"Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, o trabalho escravo. E representa, principalmente, em seu Estado a grilagem de terra", afirmou Alexandre Conceição, coordenador nacional do movimento, após o encontro.
Segundo ele, o MST "deu o seu recado".
Alan Marques/Folhapress | ||
A presidente Dilma Rousseff recebe representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-terra) |
"Temos colocado sempre que a nomeação da Kátia Abreu é uma simbologia muito ruim para aquilo que foi a eleição nas ruas, quando os movimentos sociais garantiram a vitória da presidenta Dilma", disse.
Conceição afirmou que o MST pediu mudanças também na composição atual do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do Incra. Mas disse que o movimento não apresentou nomes para os ministérios.
"Nossa tarefa histórica é a luta pela terra pela reforma agrária e não participar de governo", afirmou.
O MST pediu ainda o assentamento de 120 mil famílias até julho do ano que vem e a criação de um plano de metas para assentar, no mínimo, 50 mil famílias por ano até 2018.
De acordo com Conceição, Dilma comprometeu-se a formular o plano de metas.
Nesta segunda, manifestantes contrários à indicação da senadora Kátia Abreuinvadiram a sede da CNA em Brasília.
Uma ideia lucrativa
Eunício Oliveira chegou a uma solução para o impasse em torno de sua fazenda em Goiás, ocupada desde agosto pelo MST.
O aspirante a ministro da Integração Nacional mudou de ideia e topou vender ao Incra a terra, uma área de 20 000 hectares, o equivalente a 20 000 campos de futebol.
Eunício defende que a fazenda é produtiva por ter plantio de soja e gado. Logo, o total estimado por ele considera o preço de terra com esse tipo de cultura: 180 milhões de reais. Técnicos do Incra acham o valor irreal, e o imóvel sequer foi periciado.
(Atualização: A Agropecuária Santa Mônica, de Eunício Oliveira, entrou em contato para dizer que um laudo antigo do Incra diz que a terra é produtiva, mas que, apesar de Eunício estar aberto a vendê-la, não existe tratativa formal com o instituto. Procurado, o Incra defende a necessidade de uma nova vistoria para qualquer avaliação para compra ou desapropriação.)
Por Lauro Jardim
Incra interessado
Por Lauro Jardim
O presidente do Senado, Renan Calheiro
Presidente Dilma promete ampliar parceria com setor agropecuário
(divulgação da assessoria de imprensa da CNA)
Em discurso na cerimônia de posse da nova diretoria da CNA, Dilma diz que produtor rural será ouvido, consultado e tomará decisões junto com ela
Brasília – (15.12) - A presidente da República, Dilma Rousseff, destacou o fortalecimento do governo no diálogo com o agronegócio e prometeu ampliar a parceria com o setor agropecuário em seu segundo mandato, a partir de 1º de janeiro, com participação ativa dos produtores rurais. “Quero a CNA ao meu lado, preservada sua autonomia e independência. (..) No novo mandato que se inicia, o produtor não será apenas ouvido ou consultado. Mais do que isso, quero o produtor rural tomando decisões junto comigo, participando do governo e atuando diretamente na definição de nossas políticas”, ressaltou.
Esta manifestação da presidente foi destaque em discurso durante a cerimônia de posse da Diretoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que terá a senadora Kátia Abreu à frente da entidade pela terceira vez, com mandato até 2017. Em seu pronunciamento, Dilma Rousseff afirmou à senadora que “a parceria está apenas começando” e que as duas estarão “mais próximas do que nunca”. Disse, ainda, que há uma série de prioridades para resolver em seu segundo mandato, que contribuirão para o crescimento do setor agropecuário.
“Não faltarão condições nem recursos adequados para continuarmos expandindo a produção”, reiterou. Entre as questões prioritárias, a presidente citou o financiamento para médios produtores, a universalização do seguro agrícola, medidas para setores específicos, como café, cana-de-açúcar e laranja, entre outros, a modernização e inovação tecnológica, a expansão da produção de matérias-primas de fertilizantes, a ampliação da capacidade de armazenagem e o redesenho do mapa de escoamento da produção brasileira.
Sobre a questão da logística e da infraestrutura, Dilma Rousseff reafirmou a necessidade de melhorar as rodovias, mas de aumentar os investimentos em ferrovias e hidrovias. Neste contexto, uma das principais bandeiras será a implantação de canais de escoamento no Arco Norte, acima do Paralelo 16 Sul, dando ao Brasil uma capacidade de transporte “compatível com a produção”. Em relação aos fertilizantes, a presidenta ressaltou a necessidade de se reduzir a dependência dos insumos importados.
Quanto ao seguro rural, comprometeu-se a trabalhar de forma “sistemática e determinada” para sua universalização. Dilma Rousseff também fez vários elogios à senadora pela sua capacidade de trabalho, definindo-a como uma liderança de convicções firmes e uma “lutadora incansável por um segmento muito importante para o país”. E definiu sua presença na solenidade como um tributo à senadora e à CNA, que representam “um Brasil bem sucedido no agronegócio”.
A presidente destacou a evolução da produção ao longo dos anos, sem causar danos ao meio ambiente e abrir novas áreas. Lembrou que a área plantada no Brasil cresceu apenas 44% desde a safra 2001/2002, passando de uma colheita de 96,8 milhões no período para mais de 200 milhões de toneladas na safra 2014/2015, em 58 milhões de hectares. Desta forma, ressaltou que o país está dando a melhor resposta ao desafio de alimentar o mundo sem destruir o meio ambiente.
“Por meio do aumento da produtividade, estamos mostrando que é possível plantar, colher exportar e gerar riquezas sem abrir mão da proteção e da preservação do meio ambiente”. Este êxito, segundo a presidente, deve-se em parte ao trabalho de instituições de pesquisa como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), às universidades e àqueles que defendem a agropecuária “em todas as esferas”.
Neste contexto, ela salientou que a bandeira da produtividade e da preservação ambiental “está na mão de todos”: produtores, trabalhadores rurais, ambientalistas, também o governo que “não pode discriminar quem gera alimentos e divisas para um Brasil comprometido com a segurança alimentar do seu povo”. E creditou à ação da CNA avanços como o aumento do crédito para o médio produtor, investimentos na pecuária de corte e agricultura de baixo carbono, além de ações voltadas para a assistência técnica e extensão rural, entre as quais a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e extensão Rural (Anater). -- Assessoria de Comunicação CNA.