Mapa busca iniciativa privada para ampliar recursos do seguro rural
A fim de ampliar o montante destinado às subvenções do seguro rural, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está estudando criar um fundo privado de subvenção junto às indústrias do agronegócio, como a de máquinas agrícolas e fertilizantes. Segundo Vitor Ozaki, diretor de crédito, recursos e riscos do órgão governamental, o valor federal atualmente é de R$ 400 milhões, o mesmo de 2015. "Pedimos R$ 700 milhões ao governo. O pedido já foi para o Congresso com cortes, e pode chegar a, no máximo, R$ 450 milhões. É complicado, mas é o que temos para o orçamento de 2017", diz.
Ainda segundo Ozaki, os estudos junto à iniciativa privada devem ser divulgados em cerca de 15 dias. Além disso, o Mapa vai rever recursos repassados à pasta, a fim de realocar uma parte o seguro rural. "Não deve ser ano que vem, mas o Banco Central já está vendo isso", conta.
Cobertura
O seguro rural no Brasil ainda é muito inscipiente, mas deve aumentar após os últimos anos quando as mudanças climáticas impactaram bastante a agricultura brasileira com eventos de seca e excesso de chuvas. Segundo dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), apenas 15% do território nacional tem cobertura de seguros, algo em torno de 11 milhões de hectares, com a maior parte (cerca de 75%) de grãos, mais especificamente soja. "É questão de segurança alimentar garantir proteção contra problemas relacionados ao clima, que são difíceis de prever", explica Wady Cury, presidente da FenSeg.
Ele defende a ampliação do seguro rural no Brasil usando como exemplo os Estados Unidos. "Os EUA têm quase 90% da área coberta pelo seguro rural, somando cerca de US$ 110 bilhões para isso. Lá, a agricultura tem um peso grande na economia do país, assim como no Brasil, mas nós estamos muito atrás. Se quisermos ser competitivos, temos que ampliar a área coberta [pelos seguros rurais]", argumenta.
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