Brent cai mais de US$3 o barril com redução de temores de interrupções na oferta
Por Erwin Seba
HOUSTON (Reuters) - Os contratos futuros do petróleo Brent, referência internacional, caíam mais de 3 dólares o barril nesta terça-feira, à medida que diminuíram os temores de interrupções no fornecimento devido ao conflito entre Israel e Irã e a um grande furacão no Golfo do México.
Os futuros do petróleo Brent caíam 3,49 dólares, ou 4,31%, a 77,44 dólares o barril por volta de 12h20 (horário de Brasília). Os futuros do West Texas Intermediate dos Estados Unidos caiam 3,38 dólares, ou 4,38%, a 73,76 dólares o barril.
O Brent ultrapassou 80 dólares por barril pela primeira vez desde agosto na segunda-feira, após um ganho diário de mais de 3% e depois de registrar o maior ganho semanal em mais de um ano, de aproximadamente 8%, na semana passada até sexta-feira, devido às crescentes preocupações com uma guerra se espalhando no Oriente Médio.
"O conflito no Oriente Médio está fervendo e acende temores de escalada e interrupções no fornecimento de petróleo. O cenário mais provável é outro choque suave, com os preços do petróleo subindo e diminuindo novamente antes do fim do ano", disse Norbert Ruecker, do banco de investimentos Julius Baer.
O Hezbollah deixou a porta aberta nesta terça-feira para um cessar-fogo negociado com Israel depois que as forças israelenses aumentaram as apostas no conflito com seu inimigo apoiado pelo Irã ao fazer novas incursões no sul do Líbano.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse nesta terça-feira que aparentemente o substituto do líder morto do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, também havia sido eliminado.
A alta do preço do petróleo começou depois que o Irã lançou mísseis contra Israel em 1º de outubro. Israel jurou retaliar e disse que estava avaliando suas opções, com as instalações de petróleo do Irã consideradas um possível alvo.
Alguns analistas disseram que um ataque à infraestrutura de petróleo iraniana era improvável e alertaram que os preços do petróleo podem sofrer considerável pressão de queda se Israel se concentrar em qualquer outro alvo.
(Reportagem de Erwin Seba em Houston; Reportagem adicional de Arunima Kumar e Robert Harvey em Londres e Emily Chow em Cingapura)