Fusões da indústria do petróleo e combustíveis limpos disputam atenção em conferência de energia de Houston

Publicado em 17/03/2024 15:28 e atualizado em 18/03/2024 07:40

Por Arathy Somasekhar

HOUSTON (Reuters) - Os principais executivos da indústria petrolífera e ministros chegam a Houston nesta semana para uma das maiores conferências de energia do mundo, encorajados por fusões badaladas, preços estáveis e menos pressão para uma transição em grande escala para combustíveis limpos.

Os preços globais do petróleo têm se mantido em uma faixa entre 75 e 85 dólares por barril, um patamar que alimenta os lucros, mas não fere o crescimento econômico, apesar da guerra no Leste Europeu e de turbulências no Oriente Médio. Os mercados de ações continuam a estimular negócios, tornando a Big Oil (grupo das maiores empresas petrolíferas do mundo) ainda maior.

A conferência anual CERAWeek será realizada em um momento em que a demanda por gás e petróleo continua a crescer, junto com energia solar, eólica e biocombustíveis. Mercados de energia acomodaram uma reordenação dos fluxos globais, com consumidores recorrendo a mais fornecedores regionais de energia ou enfrentando cadeias de abastecimento marítimas mais longas.

“Uma coisa notável é a estabilidade (do preço), dada a turbulência geopolítica”, disse Daniel Yergin, vice-presidente da organizadora da conferência S&P Global e um autor sobre energia global vencedor do prêmio Pulitzer.

Ao contrário de conferências anteriores, quando as conversas foram dominadas por batalhas por participação de mercado entre produtores de petróleo dos EUA e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, discussões sobre guerras de preços foram suplantadas por questões de segurança energética, disse Yergin.

"Quando a demanda estava baixa e os preços estavam baixos, era muito fácil ver um caminho para a transição de energia, mas com a (guerra) Rússia/Ucrânia e choques de preços, a segurança energética está novamente na mesa”, acrescentou Yergin.

Espera-se que mais de 7.200 pessoas ouçam sobre as últimas perspectivas para os mercados de energias dos líderes das principais produtoras, BP, Chevron, Exxon Mobil, Saudi Aramco, Sinopec e Petronas.

Os desenvolvimentos globais de gás natural liquefeito (GNL) e políticas climáticas dos EUA serão um dos principais tópicos em sessões separadas das grandes exportadoras Cheniere Energy e Venture Global, enquanto a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, e o assessor da Casa Branca John Podesta pressionarão pelas metas climáticas do governo.

Embora os preços de petróleo estejam fortes, o gás natural foi sobrecarregado por um excesso de produção. Mas “este ano será um ano de transição para um mercado de gás e energia muito mais positivo no próximo ano”, afirmou Vikas Dwivedi, estrategista de energia na empresa financeira Macquarie Group.

Entre as ausências mais notáveis da conferência deste ano, realizada durante o mês sagrado islâmico do Ramadã, estão os principais ministros de petróleo de Arábia Saudita, Kuwait e Iraque. Nenhuma autoridade da Rússia é esperada depois de eles não participarem no ano passado.

A ausência da OPEP ocorre com os preços globais oscilando em torno de 85 dólares por barril, um patamar que, segundo Dwivedi, cobre os orçamentos dos seus membros, mas não acelera a transição para veículos elétricos e combustíveis renováveis.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Petrobras propõe investimentos de US$111 bi em plano 2025-29, com alta de 9%
Preços do petróleo sobem com paralisação do campo Sverdrup e escalada da guerra na Ucrânia
Etanol e gasolina sobem, enquanto diesel mostra queda, aponta levantamento Veloe
Opep corta novamente previsões de crescimento da demanda de petróleo para 2024 e 2025
Petróleo cai em meio à decepção com estímulo chinês
Petrobras vê possibilidade de distribuir dividendos extraordinários neste ano, diz CFO
undefined