Petrobras busca fechar estrutura de acordo sobre refinaria com Mubadala até o fim de junho

Publicado em 13/02/2024 13:08 e atualizado em 13/02/2024 13:53

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras espera acertar detalhes de um acordo com o Mubadala para retomar o controle da operação de uma refinaria de propriedade do fundo soberano de Abu Dhabi até o final do primeiro semestre, disse o presidente-executivo da petroleira estatal nesta terça-feira.

Jean Paul Prates disse no X, antigo Twitter, que as duas empresas intensificarão os esforços em torno do acordo sobre a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, "com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024".

A refinaria foi vendida na gestão anterior para o Mubadala em 2021 por 1,65 bilhão de dólares, como parte de uma estratégia de desinvestimento realizada durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No ano passado, depois que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder, a Petrobras sugeriu que poderia comprar de volta ativos de refino para aumentar sua produção de combustível.

À Reuters, o presidente da Petrobras lembrou que o "Mubadala, no final do ano passado, oficializou uma proposta de convite à Petrobras para que ela retornasse à Bahia, tanto assumindo a operação, eventualmente, da Rlam, mantendo o Mubadala como parceiro".

Isso, segundo Prates, traria de volta sinergias importantes envolvendo a Petrobras e a Rlam.

Prates não deu mais detalhes sobre como o negócio funcionaria, mas a Petrobras já havia dito anteriormente em um comunicado ao mercado que "avaliaria a aquisição de uma participação" na Rlam e na Acelen Renewable Energy, de propriedade do Mubadala.

A Rlam é responsável por cerca de 10% da capacidade de refino de petróleo do Brasil.

Prates também disse que a parceria incluiria participação da Petrobras em projetos de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.

Em setembro, a Petrobras assinou um memorando de entendimento para estudar a possibilidade de se unir ao Mubadala em suas operações de downstream na Bahia, incluindo uma biorrefinaria na qual o fundo de Abu Dhabi estima que seriam necessários investimentos de 2,5 bilhões de dólares.

Na época, fontes disseram à Reuters que a parceria poderia abrir as portas para negociações sobre a Rlam, já que a Petrobras continuava interessada em recomprar a refinaria, apesar dos possíveis obstáculos antitruste.

(Reportagem de Fabio Teixeira, com reportagem adicional de Marta Nogueira)

Fonte: Reuters

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