Entrada do Brasil na Opep+ não impactaria nos limites produtivos do país, que tem perspectiva de crescimento, diz analista

Publicado em 01/12/2023 16:34 e atualizado em 01/12/2023 19:03
Brasil é um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo. No bloco, ficaria atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia, Iraque e disputaria a quarta ou quinta posição com o Irã

A semana termina marcada com importantes divulgações envolvendo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). Uma delas, envolve a possibilidade de o Brasil se tornar um dos "aliados" do grupo já a partir de 2024. O país está analisando o convite e tem até junho para fazer um anúncio.

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Caso esse fato se concretize, o país sul-americano não entraria para o bloco com influência nas cotas de produção – tema que também foi bastante discutido na reunião desta semana com foco parta 2024 –, segundo Bruno Cordeiro, analista de energia da consultoria StoneX. Portanto, o Brasil não precisaria condicionar sua produção às decisões do bloco.

"O Brasil não entraria como um dos países que possui cotas produtivas no grupo. Hoje, são três países que têm essa dinâmica: Venezuela, Líbia e Irã. Então, caso se confirme essa entrada, ele se configuraria como o quarto país e, portanto, não teria limites produtivos a serem alcançados", explica o analista.

O presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou à Reuters essa possibilidade.

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A Opep reúne 13 grandes exportadores de petróleo no mundo, tendo sido fundada em 1960 por cinco países: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. O principal objetivo do bloco é a discussão de política comum relacionada com a produção e venda do óleo no mundo, inclusive com impacto sobre os preços internacionais.

Outros países aderiram ao bloco ao longo dos anos, como Líbia (1962), Emirados Árabes Unidos (1967), Argélia (1969), Nigéria (1971), Gabão (1975), Angola (2007), Guiné Equatorial (2017) e Congo (2018).

Cordeiro explica que com essa entrada, o Brasil não teria impacto no seu planejamento de crescimento da produção nos próximos anos. "A gente não interromperia em um primeiro momento essa tendência de crescimento da oferta brasileira. A gente já tem até perspectiva de que a produção deve continuar crescendo e crescendo de forma bem acelerada conforme avançam os novos investimentos de exploração e pesquisa da Petrobras e agentes privados", diz.

O Brasil é atualmente um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, com produção de pouco mais de 3 milhões de barris por dia, sendo também um importante exportador. Dentro do bloco, o país estaria entre os cinco maiores produtores, atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia, Iraque e disputaria a quarta ou quinta posição com o Irã.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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