Ministro diz que Brasil espera se juntar à Opep+

Publicado em 30/11/2023 14:28

Por Roberto Samora e Lisandra Paraguassu

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou nesta quinta-feira que o Brasil pode aceitar um convite para se juntar ao grupo de países produtores de petróleo Opep+, mas observou que uma equipe técnica do governo ainda avalia o documento recebido.

"Esperamos nos juntar a este distinto grupo e trabalhar com todos os 23 países nos próximos meses e anos", destacou Silveira, durante um encontro com membros da Opep+.

Na reunião, ele disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "confirmou nossa carta de cooperação" com o grupo de países produtores de petróleo a partir de janeiro de 2024.

Ao final de sua fala, Silveira fez uma ponderação, dizendo que "está tudo certo, de acordo", mas lembrou que "há uma etapa de análise detalhada pela nossa equipe técnica do documento recebido agora há pouco que faz parte do protocolo do Brasil".

A participação do Brasil em um grupo que determina, por exemplo, cortes de produção de petróleo por parte de seus membros é polêmica, uma vez que o país é uma economia de mercado, contando com empresas listadas em bolsa, como a Petrobras, entre outras. Há ainda multinacionais que atuam em importantes campos do pré-sal.

Não ficou imediatamente claro como seria a participação do Brasil na Opep+.

Uma fonte com conhecimento do assunto, que confirmou mais cedo à Reuters que o Brasil havia recebido o convite para ingressar no grupo, disse que não tinha mais informações sobre como seria a participação brasileira.

O Brasil deverá se juntar ao grupo de países produtores de petróleo conhecido como Opep+ a partir de janeiro, confirmou um delegado da organização à Reuters nesta quinta-feira.

Procurado, o Palácio do Planalto disse por meio de sua assessoria de imprensa que o Brasil foi convidado a integrar a Opep+ durante viagem do presidente Lula à Arábia Saudita, mas acrescentou que o governo brasileiro ainda analisa o tema.

ELOGIOS

Silveira fez declarações cheias de elogios à Opep+, grupo integrado por Arábia Saudita e Rússia, dizendo que o Brasil acompanha com entusiasmo o trabalho "valoroso" da grupo.

Segundo ele, a Opep+ preserva a "estabilidade dos mercados de petróleo e energia".

Ele disse ainda que esta "estabilidade traz consigo benefícios não só a países produtores de petróleo, mas também aos consumidores".

Decisões de cortes de produção da Opep+, entretanto, costumam elevar os preços do petróleo no mercado global, à medida que nações como a Arábia Saudita se beneficiam de cotações mais altas.

"É um momento histórico para o Brasil e a indústria energética, abre um novo capítulo na história do diálogo e cooperação no campo de energia", afirmou Silveira.

(Por Roberto Samora e Lisandra Paraguassu)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Petróleo sobe 1% para máxima de 2 semanas com intensificação da guerra na Ucrânia
Petrobras manterá foco em petróleo em 2050, mas com maior fatia em renováveis, diz CEO
Petróleo sobe 2% com avanço da guerra entre Rússia e Ucrânia
Petrobras propõe investimentos de US$111 bi em plano 2025-29, com alta de 9%
Preços do petróleo sobem com paralisação do campo Sverdrup e escalada da guerra na Ucrânia
Etanol e gasolina sobem, enquanto diesel mostra queda, aponta levantamento Veloe
undefined