Israel inicia ataques terrestres em Gaza e petróleo dispara quase 6% nesta 6ª feira
Os preços futuros do petróleo disparavam quase 6% neste final de tarde de sexta-feira (13) nas bolsas externas, com o Brent atingindo os maiores ganhos semanais desde fevereiro. Israel iniciou ataques terrestres em Gaza e investidores avaliam os impactos de uma possível extensão do conflito no Oriente Médio.
Apesar de Israel não ser um grande produtor do óleo bruto, o mercado se preocupa com a extensão do conflito na principal região produtora de petróleo do mundo.
A agência de notícias Reuters destaca que o início dos ataques terrestres de Israel na faixa de Gaza representa uma mudança importante em uma guerra que até então era aérea com o objetivo erradicar os combatentes do Hamas, grupo que realizou há cerca de uma semana um ataque no Sul israelita.
Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o petróleo WTI tinha valorização de 5,60%, a US$ 87,55 o barril. Enquanto o tipo Brent saltava 5,58%, negociado a US$ 90,80. Ambos os mercados registraram durante esta sexta-feira os maiores ganhos percentuais diários desde o mês de abril.
Apesar de o mercado ainda não ter fechado, o petróleo do tipo Brent já acumulava ganho semanal de 7,5%, o maior aumento desde fevereiro, e o WTI cerca de 6% no período, de acordo com a Reuters.
"O conflito no Médio Oriente teve pouco impacto no abastecimento mundial de petróleo e gás e Israel não é um grande produtor. Os investidores e observadores do mercado, no entanto, estão a avaliar como a situação poderá avançar e o que poderá significar para o abastecimento dos países vizinhos, na principal região produtora de petróleo do mundo", destacou a agência internacional.
Um importante produtor do óleo, o Irã, disse nesta sexta-feira, através do ministro do Petróleo do país, Javad Owji, que os preços do petróleo deverão atingir os US$ 100 por barril devido à situação atual na região. O mercado também monitora as relações entre Estados Unidos e Irã por conta de algum papel do país no conflito. Inclusive, sanções ao Irã não estão descartadas pelos norte-americanos.
Os preços do petróleo também repercutiram fortemente na manhã desta sexta-feira o anúncio de que os Estados Unidos endurecerão seu programa de sanções contra as exportações russas de petróleo, aumentando as preocupações com a oferta em um mercado já apertado, com previsão de queda dos estoques globais durante o quarto trimestre do ano. A Rússia é o segundo maior produtor de petróleo do mundo e um grande exportador.
"O mercado petrolífero está se antecipando ao fato que os EUA aplicarão sanções mais rigorosas à Rússia e ao Irã, e isso levará a uma redução na oferta", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.