Petróleo: Temores de conflito mais amplo no Oriente Médio fazem mercado disparar mais de 3%

Publicado em 09/10/2023 08:47
Analista explica que se o conflito envolver o Irã, até 3% do abastecimento global do óleo bruto estará em risco

Os preços do petróleo disparavam mais de 3% nesta manhã de segunda-feira (09) nas bolsas externas com operadores monitorando os confrontos militares entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas e preocupações de um conflito mais amplo no Oriente Médio, área tradicionalmente produtora do óleo bruto.

Por volta das 08h40 (horário de Brasília), o petróleo WTI tinha valorização de 3,42%, negociado a US$ 85,62 o barril. Enquanto o tipo Brent saltava 3,33%, negociado a US$ 87,40. Mais cedo, os mercados chegaram a ter ganhos de mais de US$ 4 o barril.

"Qualquer aumento de tensão no Médio Oriente normalmente leva a um aumento nos preços do petróleo e desta vez não é diferente", disse para a agência de notícias Reuters Tamas Varga, analista da corretora petrolífera PVM, ressaltando que neste momento o equilíbrio entre oferta e demanda não esteja afetado.

Os ganhos desta segunda-feira revertem parte das perdas da última semana, que acompanharam uma perspectiva macroeconômica sombria intensificando as preocupações sobre a demanda.

O Hamas lançou no sábado (07) o maior ataque militar a Israel em décadas, desencadeando uma onda de ataques aéreos israelenses retaliatórios contra Gaza.

Apesar de a tensão no momento estar restrita, há dúvidas sobre se o Irã estará implicado no conflito.

"Se o conflito envolver o Irã... até 3% do abastecimento global de petróleo estará em risco. E se ocorrer um conflito mais amplo que acabe por afetar o trânsito através do Estreito de Ormuz, cerca de 20% do abastecimento global de petróleo poderá ficar refém ", disse o analista de energia Saul Kavonic à Reuters.

O mercado também monitora a informação de que a Arábia Saudita e outros países árabes reafirmaram compromisso com "ajustes voluntários coletivos e individuais" na produção de petróleo.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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