Preços do petróleo ampliam perdas com preocupações sobre demanda
HOUSTON (Reuters) - Os preços do petróleo caíram cerca de 2% nesta quinta-feira, ampliando as perdas da sessão anterior de quase 6%, com as preocupações com a demanda por combustível superando a decisão da Opep+ de manter os cortes na produção de petróleo, o que mantém a oferta restrita.
Os futuros do petróleo Brent e do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA já caíram cerca de 10 dólares por barril em menos de 10 dias, após terem chegado perto de 100 dólares no final de setembro.
A queda percentual combinada nos últimos dois dias foi a mais acentuada desde maio para ambos os índices de referência do petróleo bruto.
Os futuros do Brent fecharam em queda de 1,74 dólar, ou 2,03%, a 84,07 dólares, enquanto os futuros do petróleo bruto WTI caíram 1,91 dólar, ou 2,3%, a 82,31 dólares.
Os investidores estão preocupados que o pico na demanda por consumo de combustível tenha ficado para trás, segundo Dennis Kissler, vice-presidente sênior de negociação na BOK Financial.
O petróleo fechou em queda de mais de 5 dólares na quarta-feira -- a maior queda diária em mais de um ano, mesmo após uma reunião de um painel ministerial da Opep+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia.
A organização não fez alterações na política de produção de petróleo do grupo, e a Arábia Saudita afirmou que manterá um corte voluntário de 1 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023, enquanto a Rússia manterá um corte voluntário de exportação de 300.000 bpd até o final de dezembro.
Dados do governo norte-americano divulgados na quarta-feira também mostraram uma queda acentuada na demanda por gasolina nos Estados Unidos.
"Eu não vejo a demanda por gasolina chegando muito acima de 8,5 milhões de barris por dia até a temporada de compras de fim de ano começar, e isso será um problema para o mercado", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.
(Reportagem de Arathy Somasekhar em Houston, Paul Carsten em Londres, Katya Golubkova em Tóquio e Jeslyn Lerh em Cingapura)