Rússia diz que Opep+ não vê necessidade de novos cortes na produção de petróleo

Publicado em 27/04/2023 10:21

Por Olesya Astakhova

MOSCOU (Reuters) - O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse nesta quinta-feira que o grupo Opep+ não vê necessidade de mais cortes na produção de petróleo, apesar da demanda chinesa menor do que o esperado, mas que a organização sempre pode ajustar sua política se necessário.

Ele disse ainda que a Rússia atingiu sua meta de produção este mês depois de anunciar cortes de 500.000 barris por dia (bpd), ou 5% de sua produção de petróleo, até o final do ano.

A Rússia faz parte da Opep+, grupo dos principais países produtores de petróleo, que anunciou uma redução combinada de cerca de 1,16 milhão de bpd no início deste mês, uma decisão surpreendente que os Estados Unidos descreveram como imprudente.

Novak disse que a produção russa de petróleo e gás condensado deve cair para cerca de 515 milhões de toneladas (10,3 milhões de bpd) este ano, ante 535 milhões de toneladas em 2022, em linha com o noticiado pela Reuters desta semana.

Questionado se o grupo precisava reduzir ainda mais sua produção por causa da queda dos preços do petróleo, Novak disse: "Bem, não, claro que não, porque tomamos uma decisão (de redução) faz só um mês, e ela entrará em vigor a partir de maio para os países que aderiram."

Novak disse que a Opep+ não espera escassez de petróleo no mercado global após os cortes na produção, embora a Agência Internacional de Energia (IEA) tenha dito que a decisão do grupo corre o risco de exacerbar um déficit de oferta esperado no segundo semestre do ano.

Separadamente, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Haitham Al Ghais, disse na quinta-feira que a IEA deveria ser "muito cuidadosa para não minar ainda mais" os investimentos da indústria petrolífera, que os países produtores dizem ser vitais para o crescimento econômico e dependentes de preços robustos do petróleo.

(Reportagem de Olesya Astakhova; texto de Vladimir Soldatkin)

Fonte: Reuters

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