Petróleo atinge menor nível em mais de 1 ano com temores bancários ainda no radar; agrícolas sentem
Os preços do petróleo caíam mais de 3% nas bolsas externas nesta quarta-feira (15), tendo atingido mais cedo o menor nível em mais de um ano. A pressão ainda acompanha os temores bancários depois de uma divulgação relacionada ao banco suíço Credit Suisse.
O maior investidor da instituição disse que não poderia fornecer mais assistência financeira à instituição, o que fez que as ações do banco despencassem quase 30% na manhã e as de outras entidades europeias também.
Por volta das 13h22 (horário de Brasília), o petróleo WTI tinha desvalorização de 6,77%, negociado a US$ 66,50 o barril. Enquanto que o tipo Brent perdia 6,47%, negociado a US$ 72,02. Ambos os tipos testaram mínimas desde dezembro de 2021 mais cedo nas bolsas.
"O medo de contágio está claramente ganhando força", disse à Reuters Tamas Varga da corretora de petróleo PVM. "Como resultado, o dólar está mais forte e as ações estão enfraquecendo - maus presságios para o petróleo", complementou.
Em entrevista à Bloomberg, o economista-chefe da Roubini Macro Associated, Nouriel Roubini, disse que uma eventual quebra do Credit Suisse representaria algo como um "momento Lehman Brothers", aquela instituição financeira norte-americana que quebrou durante a crise financeira de 2008.
Além disso, para ele, o Credit Suisse pode ser grande demais para falir, mas também "grande demais para ser salvo".
Acompanhando esse cenário de aversão ao risco, outras commodities sentem a pressão do financeiro, inclusive algumas agrícolas, além de seguir seus fundamentos próprios e questões técnicas. As softs commodities eram as que mais sentiam pressão, com perdas de mais de 2% do café e cerca de 1% do açúcar.
O algodão caía quase 3%. Já soja tinha queda moderada na Bolsa de Chicago (CBOT), mas o milho e o trigo se mantinham em alta.
Veja o cenário de mercado das principais commodities agrícolas nesta manhã de quarta-feira:
+ Soja na Bolsa de Chicago acompanha demais commodities na baixa refletindo aversão ao risco
+ Milho sobe em Chicago nesta 4ªfeira diante da incerteza sobre o acordo do Mar Negro
+ Açúcar estende perdas nas bolsas de NY e Londres nesta manhã de 4ª feira
+ De olho no macro, café acompanha dia de baixas em NY e Londres
O mercado do petróleo vinha em uma trajetória alta nos últimos meses com a demanda chinesa reaquecendo fortemente após o fim das rígidas medidas de contenção da Covid-19 no gigante asiático.
A preocupação com o sistema financeiro global começou na semana passada depois do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e outras falências de bancos dos Estados Unidos. O temor é de desencadeio de uma crise financeira que pesaria na demanda por combustível.