Produção da Petrobras cai 6,6% no 3º tri; venda de derivados também recua
Por Marta Nogueira e Roberto Samora
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Petrobras apresentou uma queda na produção de petróleo e gás entre julho e setembro, assim como um recuo em suas vendas de combustíveis no período na comparação anual, segundo relatório trimestral publicado nesta segunda-feira.
A produção total de petróleo e gás da petroleira somou 2,644 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) no terceiro trimestre, queda de 6,6% versus um ano antes e recuo de 0,3% ante o trimestre anterior, diante de paradas para manutenção e entrada de parceiros em importantes ativos.
A produção de petróleo da empresa no Brasil atingiu 2,115 milhões de barris por dia (bpd) no período, recuo de 6,8% na mesma comparação e estável ante o segundo trimestre.
A empresa destacou que houve impacto de uma redução da participação da Petrobras nos contratos da cessão onerosa nos campos de Atapu e Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos, de 43 mil boed em relação ao segundo trimestre.
Além disso, houve uma parada para descomissionamento de plataforma no Parque das Baleias. Nesse caso, a Petrobras afirmou que "irá recuperar sua produção com a transferência de poços para a plataforma P-58 e uma nova plataforma, o FPSO Maria Quitéria, com início de operação previsto para 2024".
O recuo da produção teve ainda influencia de declínio natural dos campos e outras paradas para manutenção.
"Temos 58 plataformas de produção operando atualmente, que periodicamente têm sua produção interrompida para manutenção", disse a petroleira.
"No terceiro trimestre, tivemos uma perda estimada com paradas para manutenção e intervenções de 170 mil boed, em comparação a perdas de 251 mil boed no segundo trimestre."
Com estes efeitos, a companhia informou que a produção nos campos do pré-sal alcançou 1,609 milhão de bpd, a produção do pós-sal 434 mil bpd e a de terra e águas rasas 71 mil bpd, todas em linha com o segundo trimestre.
DERIVADOS
A produção de derivados de petróleo da Petrobras somou 1,750 milhão de barris/dia no terceiro trimestre, queda de 9,4% ante o mesmo período do ano passado e de 1,2% na comparação com o segundo trimestre de 2022, em meio a paradas programadas ocorridas, com maior impacto em diesel, querosene de aviação (QAV) e nafta.
Já as vendas de derivados de petróleo da Petrobras no mercado interno somaram 1,798 milhão de barris/dia no terceiro trimestre, queda de 7,6% na comparação anual, principalmente em razão do desinvestimento da refinaria Rlam, na Bahia, a segunda maior do país.
Já na comparação com o segundo trimestre, a empresa apresentou uma alta de 4,7% nas vendas de derivado no mercado interno, com elevação da comercialização de todos os produtos, principalmente diesel e gasolina.
"O aumento do mercado de diesel ocorreu em função da sazonalidade do consumo. Já o aumento do mercado de gasolina se deu por conta da queda do preço médio ao consumidor na comparação entre os períodos", afirmou a empresa.
As vendas de diesel da Petrobras no mercado interno totalizaram 784 mil barris por dia no terceiro trimestre, queda de 9,6% na comparação anual, mas alta de 4,6% na trimestral.
Já as vendas trimestrais de gasolina da companhia no mercado interno atingiram 405 mil barris por dia, queda de 8,2% na comparação anual e aumento de 8% ante o segundo trimestre.
O fator de utilização de refinarias da Petrobras subiu para 88% no terceiro trimestre versus 85% no mesmo período do ano passado, ficando um ponto percentual abaixo do segundo trimestre.
EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO
A exportação de petróleo da estatal somou 363 mil barris dia no 3º tri, quedas de 39,9% na comparação anual e de 31,6% sobre o segundo trimestre. As vendas externas de óleo combustível e outros derivados também tiveram recuos acentuados ante 2021.
Os menores volumes de exportação de petróleo e óleo combustível são explicados por exportações que ficaram em andamento para o quarto trimestre.
"Houve aumento de cerca de 100 Mbpd de exportações em andamento entre o 2T22 e 3T22."
As importações de petróleo tiveram alta de 18,5% na comparação anual, enquanto as de gasolina e diesel caíram 38,1% e 2,3% na mesma comparação. Em relação ao segundo trimestre, houve aumento das importações desses derivados.
(Por Marta Nogueira e Roberto Samora)