EUA vendem reservas de petróleo em meio a preços altos nas bombas antes das eleições
Por Nandita Bose e Jarrett Renshaw e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira um plano para vender o restante de sua liberação da reserva de emergência de petróleo do país até o final do ano e começar a reabastecer o estoque enquanto tenta conter os altos preços da gasolina antes da eleição de meio de mandato em 8 de novembro.
Biden está buscando adicionar oferta suficiente para evitar picos de preço do petróleo no curto prazo que podem punir os norte-americanos e garantir às petrolíferas dos EUA que o governo entrará no mercado como comprador se os preços caírem muito.
Ele disse que 15 milhões de barris de petróleo serão oferecidos da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) --parte de uma liberação recorde de 180 milhões de barris que começou em maio-- e acrescentou que os Estados Unidos estão prontos para explorar as reservas novamente no início do próximo ano para conter preços.
“Isso nos permite agir rapidamente para evitar picos de preços do petróleo e responder a eventos internacionais", disse Biden em um evento na Casa Branca.
O uso da reserva do governo federal para gerenciar picos de preços do petróleo e tentativas de aumentar a produção dos EUA ressaltam como a crise na Ucrânia e a inflação têm mudado as políticas de um presidente que assumiu o cargo prometendo reduzir a dependência norte-americana da indústria de combustíveis fósseis.
A Casa Branca teve um senso de urgência adicional depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, irritou Biden ao se aliar à Rússia e concordar com um corte de produção, levando o presidente a declarar que a relação EUA-Arábia Saudita precisa de uma reavaliação.
"Com meu anúncio hoje, continuaremos a estabilizar os mercados e diminuir os preços em um momento em que as ações de outros países causaram tanta volatilidade", disse Biden.
Biden culpou a invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, pela alta dos preços do petróleo e da gasolina, enquanto observou que os preços caíram 30% em relação ao pico deste ano.