China mantém importações recordes de petróleo da Rússia em junho e reduz compra saudita
A China ampliou em junho as importações recordes de petróleo bruto da Rússia, de baixo preço, apesar de um enfraquecimento de suas importações totais da commodity devido ao lockdown, ao mesmo tempo em que reduziu as compras do Oriente Médio e da África Ocidental, de acordo com rastreadores e comerciantes de navios-tanque.
A Rússia continuou sendo o principal fornecedor de petróleo para a China pelo segundo mês consecutivo, superando a Arábia Saudita, de acordo com os especialistas em rastreamento de navios-tanque Vortexa, Kpler e Refinitiv.
A China é o maior importador mundial de petróleo bruto e o produto russo ajuda as refinarias chinesas a manter os custos baixos em um momento em que suas margens estão reduzidas pela desaceleração da demanda devido aos rígidos controles da Covid-19 e às restrições de Pequim às exportações de combustível em meio a preocupações com a oferta.
As importações de petróleo russo em junho --incluindo embarques marítimos e suprimentos via oleodutos-- devem totalizar cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd), ou 15% da demanda de petróleo da China, no mesmo nível do volume recorde registrado em maio, disseram analistas.
Enquanto isso, as importações totais de petróleo da Arábia Saudita em junho devem cair para uma baixa de quase dois anos, a 1,3 milhão de bpd, estimou a Refinitiv.
Os embarques de petróleo russo por via marítima foram estimados entre 1,04 e 1,15 milhão de bpd no mês passado, estável em relação à alta quase recorde de maio, de cerca de 1,1 milhão de bpd, de acordo com as empresas de análise.
Separadamente, a China deve receber aproximadamente 880.000 bpd de petróleo russo através dos dois oleodutos da Sibéria Oriental-Pacífico (ESPO) e do oleoduto Cazaquistão-China sob acordos governamentais, com todos os três projetos bombeando a taxas máximas, disseram dois traders com conhecimento do assunto.
Espera-se que a alfândega chinesa divulgue os dados de importação de petróleo bruto de junho na próxima semana, que, segundo analistas, podem registrar uma queda de 8% em relação ao ano anterior, refletindo o impacto das restrições da Covid-19 na atividade comercial e no consumo em dezenas de cidades da China.
A alfândega divulgará os dados de origem da importação em 20 de julho.