Diesel: Em meio temores de desabastecimento, MME divulga estoques: 38 dias sem importação

Publicado em 30/05/2022 14:37
A pasta reitera na nota que criou em março o "Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis", que se reúne semanalmente

Em meio aos temores de desabastecimento de diesel no Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nota em que detalha os estoques do combustível mais consumido no país. Segundo a pasta, o Brasil teria disponível estoques de 38 dias, sem a necessidade de importação.

A preocupação com a oferta de diesel tem sido levantada nas últimas semanas e não está restrita ao Brasil. O cenário demanda a atenção do mundo todo desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

"Os estoques de óleo diesel S10 representam 38 dias de importação. Em outras palavras, se as importações desse combustível fossem cessadas hoje, os estoques, em conjunto com a produção nacional, seriam suficientes para suprir o País por 38 dias. Além disso, desde o início da intensificação do monitoramento do abastecimento pelo Governo Federal, a autonomia de óleo diesel aumentou de 30 para 38 dias em termos de dias de importação (aumento de 26,7%)", disse o MME.

A pasta reitera na nota que criou em março o "Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis", que se reúne semanalmente, para acompanhamento da situação do suprimento dos combustíveis, inclusive o diesel, "que possui papel de destaque na matriz brasileira de transporte e nível de dependência externa da ordem de 30%".

O óleo diesel teve preço médio na última semana em todo o Brasil de R$ 6,918/l, ante R$ 6,943 na anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), compilados pelo Notícias Agrícolas.

Em matéria da Agência Estado na última semana, diversas entidades demonstraram preocupação com o desabastecimento de diesel no Brasil, refletindo um cenário de escassez internacional. A Petrobras, inclusive, teria enviado um ofício no início da semana para o MME. Segundo fontes, essa não teria sido a primeira vez que a companhia alertou o ministério sobre a possível escassez.

Na visão da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a demanda brasileira pelo produto tende a aumentar a partir de junho/julho próximo com o aumento da safra agrícola, a maior circulação de caminhões e a esperada retomada do consumo no período pós-pandemia, o que poderia causar um desabastecimento ao longo do segundo semestre.

O MME, porém, descartou em nota essa preocupação imediata.

"O Ministério de Minas e Energia segue atento aos movimentos do mercado doméstico e internacional, mantendo o monitoramento de forma intensa e constante para adotar medidas tempestivas em conjunto com os demais órgãos governamentais nas esferas das suas respectivas competências, conforme a evolução do cenário", respondeu a pasta.

Além do ministério, fontes do setor ouvidas pela Agência Estado, também tranquilizaram o mercado sobre um desabastecimento no curto prazo e generalizado no Brasil, apesar de entidades do setor, de importadores a caminhoneiros, sustentarem esse temor.

Com informações da Agência Estado

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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