UE propõe proibição de petróleo russo para fazer Putin "pagar alto preço" pela Ucrânia; mercado volta aos US$ 100
Por Jan Strupczewski e Kate Abnett
ESTRASBURGO (Reuters) - A presidente-executiva da União Europeia propôs nesta quarta-feira um embargo de petróleo faseado à Rússia, sanções ao principal banco do país e a proibição de emissoras russas de radiofusão das ondas de rádio europeias, as medidas mais duras até agora para punir Moscou pela guerra na Ucrânia.
A sexta rodada de sanções da UE, se aprovada pelos Estados-membros, seria um divisor de águas para o maior bloco comercial do mundo, que depende do petróleo e do gás russos e deve encontrar suprimentos alternativos num momento em que os preços da energia estão subindo.
A relutância em aplicar sanções que prejudicarão as economias da UE e de Moscou diminuiu nas últimas semanas, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe imagens horríveis de massacres nas cidades e preocupação com uma nova ofensiva no leste do país.
Refletindo a raiva generalizada no Ocidente pela campanha do presidente russo Vladimir Putin --que Moscou diz ser uma "operação militar especial" para derrotar nacionalistas perigosos--, a chefe do executivo da UE disse que Moscou deve enfrentar as consequências.
"Putin deve pagar um preço, um preço alto, por sua agressão brutal", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Parlamento Europeu em Estrasburgo. "Hoje, vamos propor a proibição de todo o petróleo russo da Europa", disse ela sob aplausos na câmara.
As medidas da Comissão incluem a eliminação gradual do fornecimento de petróleo bruto russo dentro de seis meses e produtos refinados até o final de 2022. Von der Leyen prometeu minimizar o impacto nas economias europeias.
"Estamos endereçando nossa dependência do petróleo russo. E sejamos claros, não será fácil porque alguns Estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas simplesmente temos que fazer isso", disse von der Leyen.
Espera-se que os embaixadores dos 27 governos da UE adotem as propostas da Comissão já nesta semana, permitindo que elas se tornem lei logo depois.
No entanto, a Hungria indicou que poderia divergir do último pacote de sanções da UE.
(Reportagem adicional de Benoit Van Overstraeten, Francesco Guarascio, John Chalmers, Sabine Siebold e Gabriela Bacyznska)