Opep reduz previsão de demanda para 2021, mas diz que aumento no preço do gás pode ajudar
LONDRES (Reuters) - A Opep reduziu sua previsão de crescimento da demanda mundial por petróleo para 2021, mantendo sua visão para 2022, mostrou relatório mensal nesta quarta-feira, mas disse que a alta nos preços do gás natural pode impulsionar a demanda por produtos petrolíferos conforme haja mudança dos usuários finais.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) agora espera que a demanda por petróleo cresça 5,82 milhões de barris por dia (bpd), abaixo dos 5,96 milhões de bpd em sua previsão anterior, dizendo que a revisão para baixo foi impulsionada principalmente pelos dados dos três primeiros trimestres do ano.
A entidade manteve uma previsão de crescimento de 4,2 milhões de bpd para o ano que vem.
O grupo de países produtores de petróleo afirmou, no entanto, que os preços do gás natural em máximas recordes podem fornecer um potencial empurrão ao crescimento da demanda de petróleo, conforme os usuários industriais mudam para produtos petrolíferos.
"Se essa tendência continuar, combustíveis como gasolina, diesel e nafta podem ter apoio, impulsionados pela maior demanda por geração de energia, refino e uso petroquímico", disse a Opep.
Os preços do gás no centro de operações europeu TTF se mantinham na quarta-feira equivalentes aos do petróleo ao redor de 177 dólares o barril, com base no valor relativo da mesma quantidade de energia de cada fonte, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados do Eikon - maior do que o recorde histórico do Brent de 147 dólares em 2008.
Os preços do petróleo tipo Brent estavam em cerca de 83 dólares o barril às 8h (horário de Brasília).
O CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, colocou na semana passada o aumento da demanda da troca de gás para petróleo em cerca de 500.000 bpd.
A Opep+, uma aliança entre a Opep e outros produtores liderados pela Rússia, concordou este mês em manter seu plano de aumento de produção de 400.000 bpd para novembro, à medida que gradualmente desfaz os cortes de produção impostos para apoiar os preços anteriormente baixos.
(Reportagem de Ahmad Ghaddar e Alex Lawler)