Falta de eletricidade frustra esforços de petroleiras por retomada após furacão Ida
HOUSTON (Reuters) - Os esforços de empresas de energia dos Estados Unidos para levar trabalhadores de volta às plataformas de produção e refinarias para a realização de reparos, após a passagem do furacão Ida pela Louisiana, têm sido frustrados pela extensão dos danos à infraestrutura causados pela tempestade, disseram executivos.
O furacão Ida atingiu a parcela norte-americana do Golfo do México, inundando instalações costeiras e derrubando torres de transmissão de energia. Seus ventos de 240 km/h foram os mais fortes desde que o Laura passou pelo Estado, há um ano.
A tempestade forçou a retirada de trabalhadores de plataformas de produção "offshore" operadas por BP, BHP, Chevron e Occidental Petroleum, que contribuem com 16% da produção de petróleo por instalações marítimas nos EUA.
Exxon Mobil, PBF Energy e Royal Dutch Shell, que atuam no setor de refino na Costa do Golfo dos EUA, interromperam o processamento de petróleo em suas plantas localizadas no caminho da tempestade, cortando cerca de 13% da capacidade de refino norte-americana.
Nesta semana, a queda de energia e dos serviços de telefonia móvel impediu as empresas de entrar em contato com os trabalhadores necessários para a condução de avaliações de danos. As inundações nas estradas costeiras e os danos causados pelos ventos às docas também dificultaram o processo para garantia de trabalhadores e suprimentos, segundo os executivos.
Algumas regiões do Estado podem ficar sem energia por até seis semanas. A recuperação total da capacidade de processamento dependerá do quão rápido a eletricidade for restaurada --algumas instalações podem demorar quatro semanas para retomar operações.
O custo econômico do furacão Ida pode atingir de 70 bilhões a 80 bilhões de dólares, estimou a AccuWeather. A maior parte das perdas advém do impacto sobre a indústria petrolífera e de atrasos nas cadeias de oferta.
(Reportagem de Marianna Parraga, Erwin Seba, Sabrina Valle e Liz Hampton)