Petróleo recua com decisão da Opep+ e avanço da Covid-19 pelos EUA
Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram 1% nesta quinta-feira, pressionados pela decisão da Opep+ de reduzir os cortes recordes de oferta que vinha promovendo e pelo ritmo crescente da contagem de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos.
Ambos os valores de referência -- Brent e WTI -- têm se sustentado acima dos 40 dólares por barril nas últimas semanas. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, reduziram a oferta da commodity em maio e a demanda começou a se recuperar, o que ajudou na estabilização dos preços.
No entanto, temores de uma segunda onda da Covid-19, liderada pelo aumento no número de casos nos EUA, estão limitando o rali do petróleo. Cerca de 600 mil pessoas já morreram em decorrência da doença no mundo, segundo uma contagem da Reuters.
O petróleo Brent fechou em queda de 0,42 dólar, ou 1%, a 43,37 dólares por barril. Já o petróleo dos EUA (WTI) recuou 0,45 dólar, ou 1,1%, para 40,75 dólares o barril.
Ambos os "benchmarks" haviam avançado 2% na quarta-feira, depois de uma forte redução nos estoques da commodity nos EUA.
Enquanto isso, Opep+ decidiu reduzir o volume dos cortes de bombeamento em 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de agosto, passando a operar até dezembro com cortes de 7,7 milhões de bpd.
"Ninguém realmente esperava que a Opep+ mantivesse os cortes em 9,7 milhões de bpd em agosto... Aumentar a produção em 2 milhões de bpd não é pouco, mas a recuperação da demanda, embora um pouco mais lenta do que o esperado, justifica a decisão", disse Paola Rodriguez-Masiu, analista da Rystad Energy.
(Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York, com reportagem adicional de Ron Bousso em Londres e de Yuka Obayashi em Tóquio)