Milho: Vendas cresceram 45% em Mato Grosso
A adoção de apenas duas modalidades para leiloar o milho este ano garantiu uma comercialização mais rápida em comparação com o mesmo período do ano passado. Até agosto, 79,3% dos 8,684 milhões de toneladas foram vendidas, variação de 45% com relação a 2009.
Além disso, a área plantada e a produção superaram as expectativas de 2 milhões de hectares para 2,01 milhões de hectares e de 8,2 milhões de toneladas para 8,6 milhões de toneladas.
A movimentação acelerada foi resultado da política do governo federal que extinguiu modalidades de comercialização como Contrato de Opção ou Aquisição do Governo Federal (AGF) e instituiu o Prêmio para Escoamento da Produção (PEP) e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
A analista de grãos do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Maria Amélia Tirboni, afirma que os dois modelos adotados este ano são mais eficientes porque escoam e agilizam as negociações com os produtores.
O diretor executivo da Associação de Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Marcelo Duarte, diz que individualmente as outras modalidades até poderiam ser mais positivas, mas que o PEP e Pepro garantem o escoamento e a liberação de armazéns para a soja, que começa a ser plantada a partir do próximo dia 15 de setembro, quando se encerra o vazio sanitário.
"O ritmo foi bom porque acompanhou o governo federal e ainda fez a produção girar e garantir o armazenamento da soja".
Com relação à produtividade, o grão também teve melhores resultados do que o esperado, como é caso de Lucas do Rio Verde e Sorriso, onde a média atingiu as 80 sacas por hectare, 8 sacas superiores a média registrada no Estado.
Do total da produção, 18%, ou seja, cerca de 1,5 milhão de toneladas ainda não foram comercializadas. Segundo Maria Amélia, esta produção remanescente deve abastecer o mercado interno. "Temos indústrias frigoríficas de aves e suínos que absorvem este estoque".
Soja - O mercado futuro da soja continua aquecido e as vendas adiantadas garantiram ao produtor o financiamento de parte da próxima safra.
A produção também deve ser elevada com relação às expectativas e pode alcançar os 6,2 milhões de hectares, ante estimativa de 6,09 milhões.
Quando à tedência do mercado, Marcelo Duarte alega que não há como prever porque atualmente fatores externos influenciam, como o preço do petróleo, o que tem impacto direto na produção norte-americana e por consequência a brasileira. Além disso, Duarte ressalta as questões climáticas, que são as principais influências.