Dólar em alta, baixa oferta e demanda forte sustentam novas altas para o milho da B3 nesta 2ªfeira

Publicado em 11/11/2024 16:47
Acompanhando soja e trigo, milho fecha em baixa na Bolsa de Chicago

A segunda-feira (11) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 74,41 e R$ 77,65. 

O vencimento novembro/24 foi cotado à R$ 74,41 com elevação de 0,73%, o janeiro/25 valeu R$ 77,65 com valorização de 1,08%, o março/25 foi negociado por R$ 77,30 com ganho de 0,13% e o maio/25 teve valor de R$ 74,25 com alta de 0,64%. 

De acordo com a análise da Agrivnest, apesar da queda do milho em Chicago nesta segunda-feira, a valorização do dólar, a menor oferta de milho brasileiro e a boa demanda interna sustentaram os futuros na B3. 

“Nos últimos dias, o mercado foi marcado por grande incerteza, influenciada tanto pelas eleições americanas quanto pela volatilidade do câmbio. O principal fator por aqui, é o adiamento da divulgação do orçamento do governo”, explicam os analistas de Agrinvest. 

Nesta segunda-feira (11), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) até o momento em novembro alcançou 1.706.991,1 toneladas. O volume representa 23,04% do total exportado no mesmo mês do ano passado, que ficou em 7.405.902,9 toneladas.       

A média diária de embarques nestes primeiros 6 dias do mês ficou em 284.498,5 toneladas, representando queda de 23,2% com relação a média diária embarcadas de novembro do ano anterior, em ficou em 370.295,1 toneladas. 

Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, destaca que já era esperado que a exportação brasileira de milho fosse menor em 2024 do que em 2023 diante de uma produção menor no país.  

“Ano passado chegou em 55 milhões de toneladas e já esperávamos uma redução das exportações, que deve ficar entre 36 e 38 milhões de toneladas. A gente até esperava que fosse sair um pouco mais para enxugar mais os estoques, mas isso não vai acontecer”, diz Rafael. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também subiu neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Sorriso/MT e Brasília/DF. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal, apontando que, os preços domésticos do milho seguem em alta neste início de novembro.  

“A demanda interna está aquecida, e a expectativa é de que esse cenário persista nos próximos dias, devido à necessidade de consumidores de recompor estoques. Vendedores, por sua vez, negociam com cautela, dando prioridade aos trabalhos de campo envolvendo a safra verão. As condições climáticas seguem favorecendo a semeadura da safra verão, amenizando as preocupações de que a implementação da segunda safra em 2025 fique muito fora da janela considerada ideal”, relatam os pesquisadores do Centro. 

Mercado Externo 

Já os preços internacionais do milho futuro tiveram uma segunda-feira de movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT). 

O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,30 com queda de 1,00 ponto, o março/25 valeu US$ 4,42 com perda de 1,50 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,49 com baixa de 1,75 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,53 com desvalorização de 2,00 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (08), de 0,23% para o dezembro/24, de 0,34% para o março/25, de 0,39% para o maio/25 e de 0,44% para o julho/25. 

Segundo informações da Agrinvest, a pressão sobre os preços da soja e do trigo contribuiu para a desvalorização do milho na CBOT nesta segunda-feira. 

“Mesmo com o bom ritmo das vendas de exportação do milho americano, o mercado reage de forma negativa, já que os dados do USDA trouxeram poucas mudanças para os estoques globais do cereal”, apontam os analistas da consultoria. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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