Milho da B3 oscila em campo misto nesta 2ªfeira, mas Brandalizze vê espaço para novas altas

Publicado em 28/10/2024 16:46
Chicago recua mais de 1% na esteira do petróleo

A segunda-feira (28) chega ao final com os preços futuros do milho oscilando no campo misto da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 72,30 e R$ 75,90. 

O vencimento novembro/24 foi cotado à R$ 72,30 com perda de 0,34%, o janeiro/25 valeu R$ 75,77 com alta de 0,17%, o março/25 foi negociado por R$ 75,90 com baixa de 0,01% e o maio/25 teve valor de R$ 72,90 com queda de 1,35%. 

O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, aponta que o quadro para o mercado brasileiro de milho segue sendo positivo e com espaço para avançar ainda mais. 

“O março já está buscando os R$ 76,00, o janeiro avançou acima dos R$ 75,00 e novembro, que era abaixo dos R$ 70,00 na semana passada, está passando bem acima dos R$ 72,00. O cenário interno é positivo e ainda tem espaço para subir mais”, diz Brandalizze.  

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho oscilou entre altos e baixos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações em Castro/PR, Sorriso/MT e Luís Eduardo Magalhães/BA, enquanto percebeu desvalorizações em Rio do Sul/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

“O consumo interno tem se mostrado bastante forte e em crescimento nas últimas semanas. Esse cenário tem dado suporte e até impulsionado os preços do cereal, que estão sendo negociados acima da paridade de exportação. A alta no valor da arroba do boi, junto com a crescente demanda de milho para a produção de etanol, são os principais fatores por trás dessa valorização”, aponta a análise da Grão Direto. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelos Cepea, impulsionadas sobretudo pela cautela de vendedores.  

“Esses produtores aproveitam o retorno das chuvas para acelerar a semeadura da safra verão, e, com isso, negociam o cereal no spot nacional apenas quando há necessidade. Por outro lado, consumidores estão ativos no mercado, tentando recompor os estoques, contexto que reforça as valorizações do milho”, indicam os pesquisadores do Cepea.  

“No campo, a semeadura da safra de verão vem avançando na maior parte das regiões, favorecida pelo retorno das chuvas. Levantamento da Conab mostra que, até o dia 20, pouco mais de 32% da área destinada ao cereal para a temporada 2024/25 havia sido semeada no Brasil”, conclui o Cepea. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), a segunda-feira foi um dia de movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,10 com baixa de 4,50 pontos, o março/25 valeu US$ 4,24 com desvalorização de 4,75 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,33 com queda de 4,00 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,37 com perda de 3,75 pontos. 

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (25), de 1,08% para o dezembro/24, de 1,11% para o março/25, de 0,91% para o maio/25 e de 0,85% para o julho/25. 

“O mercado em Chicago está conseguindo segurando mesmo em dia de grande queda como hoje, com o petróleo caindo perto de 6% e pressionando muito o etanol. Mesmo assim, se segurou acima dos US$ 4,10 com fundamentos que continuam positivos”, aponta Vlamir Brandalizze. 

A análise da Grão Direto destaca que, nas últimas semanas, “o milho dos Estados Unidos tem registrado alta demanda, com preços mais competitivos que os de outros países, especialmente o Brasil. O menor volume exportado pelo Brasil, comparado ao ano passado, reforça essa competitividade. O México tem se destacado como o principal comprador de milho norte-americano, representando cerca de 42% das vendas de milho para 2024/25. Além disso, o Japão também é um importante importador, e já alcançou seu maior volume em quatro anos”. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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