Dólar dá suporte, mas colheita e vendas levam milho da B3 a fechar em baixa nesta 2ªfeira

Publicado em 05/08/2024 16:55
Chicago sobe com olhar para exportações e Ucrânia

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A segunda-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho levemente recuados na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 61,70 e R$ 69,35. 

O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 61,70 com queda de 0,21%, o novembro/24 valeu R$ 65,10 com baixa de 0,35%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 67,90 com perda de 0,29% e o março/25 teve valor de R$ 69,35 com desvalorização de 0,89%. 

De acordo com a análise da Agrinvest, um dólar mais forte ante ao real nesta segunda-feira ajudou a trazer algum suporte aos preços futuros do milho na B3, além das perspectivas de redução na produção ucraniana do cereal. 

“Com o real desvalorizado em relação ao dólar, o milho brasileiro se torna ainda mais atrativo na exportação, sendo a origem mais barata entre agosto e outubro. Ao mesmo tempo, isso acaba sendo positivo para os preços em reais por saca, o que deve acelerar o farmer selling pelos produtores nesta semana”, diz a consultoria. 

O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca por outro lado, que o pico da colheita de segunda safra no Brasil ainda traz alguma pressão às cotações, mesmo que de maneira momentânea. 

“Tem muita oferta e o pessoal está vendendo milho para fazer caixa e comprar insumos antes do plantio da soja. É por isso que a B3 está nessa calmaria, mas o mercado hoje ainda paga melhor do que na sexta-feira nos portos". 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou poucas alterações neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização somente em Rio do Sul/SC e percebeu valorização em Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho continuam subindo no mercado brasileiro, apesar da queda internacional e da demanda externa ainda abaixo da verificada no ano anterior.  

"As recentes recuperações têm sido influenciadas pela retração de vendedores, atentos à valorização do dólar frente ao real, cenário que aumenta a paridade de exportação e pode elevar o interesse de negócios nos portos. Do lado comprador, consumidores domésticos com necessidade de reposição do milho acabam se deparando com valores de venda mais elevados. No entanto, parte deles ainda têm estoques e/ou entregas programadas do cereal a cotações menores, visto que esses lotes foram negociados nas semanas anteriores”, dizem os pesquisadores do Cepea. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o pregão desta segunda-feira se encerrou com movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 3,90 com valorização de 4,25 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,07 com alta de 3,75 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,24 com ganho de 3,50 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,33 com elevação de 3,50 pontos. 

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última sexta-feira (04), de 1,10% para o setembro/24, de 0,93% para o dezembro/24, de 0,83% para o março/25 e de 0,81% para o maio/25. 

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os contratos futuros de milho encerraram a segunda-feira mais altos em contratos para o próximo ano, após os novos números de exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

“O relatório de Inspeções de Exportação desta manhã mostrou 47,77 milhões de bushels de milho enviados durante a semana que terminou em 1º de agosto. Isso foi mais do que o triplo da mesma semana do ano passado e uma melhoria de 13,37% em relação à semana anterior”, destaca Linda Smith, analista da Farm Futures. 

A publicação ainda destaca a atenção do mercado aos problemas de desenvolvimento da safra de milho da Ucrânia, que podem reduzir a oferta mundial do grão para esta temporada. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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