Aumento de imposto de importação deve elevar custo de produção de alimentos

Publicado em 15/07/2024 13:09

As entidades agrícolas expressam sua preocupação com a proposta de elevação tarifária do ativo Picoxistrobina de 0% para 14%, realizada em fevereiro de 2024. Este aumento pode resultar em um encarecimento significativo da produção agrícola no Brasil, aumentando o custo dos alimentos para os consumidores e afetando a renda dos agricultores.

O pleito está em avaliação pela Câmera de Comércio Exterior (Camex), subordinada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Há expectativa de que o Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) da Camex delibere sobre o tema no final de julho.

A Picoxistrobina é amplamente utilizada na agricultura brasileira, sendo uma importante ferramenta para o manejo de doenças fúngicas nas principais culturas agrícolas do país, como soja, milho e algodão. Portanto, se o pleito for aprovado, o aumento tarifário impactará diretamente a competitividade da agricultura brasileira, elevando os custos de produção.

A medida proposta também estabelece um precedente para novos aumentos em outros insumos essenciais para o setor agropecuário, situação que preocupa o setor agropecuário.

Em março de 2024, as entidades enviaram ofício conjunto (N° 0151/2024) à Secretaria Executiva da Camex apresentando dados técnicos para embasar a manifestação contrária à elevação tarifária, mas ainda não obteve retorno.

Picoxistrobina

Vale reforçar que a Picoxistrobina é um ingrediente ativo que pertence ao grupo químico das estrubilurinas. Amplamente utilizada na agricultura, a substância é uma importante ferramenta para o manejo de doenças fúngicas nas principais culturas agrícolas do Brasil. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ferrugem asiática da soja – que é a principal doença fúngica do país e cujos custos anuais para controle ultrapassam US$ 2 bilhões – pode comprometer até 90% da produção da oleaginosa.

No caso da cultura do milho, a Picoxistrobina é largamente utilizada para o controle da cercosporiose, que é um fungo presente em quase todas as áreas de plantio no Centro-Sul do Brasil, com potencial de gerar perdas acima de 80% da produção. Já no algodão, o ativo é utilizado para controlar as duas principais doenças foliares da cultura: a ramulose, que pode gerar redução superior a 80% na produção de fibras; e a mancha de ramulária, que provoca cerca de 75% de perdas nas lavouras.

As entidades agrícolas abaixo listadas abaixo defendem um mercado livre, sem sobretaxas que dificultem a importação de insumos essenciais, garantindo assim a sustentabilidade e a competitividade do setor brasileiro, que é referência no mercado internacional.

Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho)

Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) 

Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja)

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

Fonte: Abramilho

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho+SP: Secretaria de Agricultura de São Paulo participa de evento em Cândido Mota
Aumento de imposto de importação deve elevar custo de produção de alimentos
Colheita de milho 2ª safra supera 70% no centro-sul do Brasil, dizem consultorias
Chuvas interrompem trabalho de colheita do milho safrinha em Laguna Carapã (MS)
Milho ainda repercute o USDA de sexta-feira e abre a nova semana recuando em Chicago