Milho recua 1,5% nesta 2ªfeira com B3 sentindo Chicago, dólar e colheita

Publicado em 03/06/2024 16:49
Chicago perde força esperando bom avanço no plantio dos EUA

A segunda-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuavam na faixa entre R$ 57,38 e R$ 68,27. 

O vencimento julho/24 foi negociado por R$ 57,38 com baixa de 1,43%, o setembro/24 valeu R$ 60,50 com desvalorização de 1,56%, o novembro/24 foi negociado por R$ 64,49 com perda de 0,94% e o janeiro/24 teve valor de R$ 68,27 com queda de 0,91%. 

Na visão do Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações do milho recuaram na B3 nesta segunda-feira uma vez os fatores que compõe os preços da Bolsa Brasileira estão do lado negativo. 

“A base de formação de valor é o mercado interno, que agora é a colheita da safrinha, o dólar, que reflete no valor da exportação, e Chicago. Então ela está com os fundamentos todos negativos, Chicago em queda, dólar em baixa e colheita da safrinha”, diz. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um primeiro dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização apenas no Porto de Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que as atividades de colheita da primeira e segunda safras de milho seguem avançando no Brasil, mas agentes continuam incertos quanto à produção da segunda safra em algumas regiões. 

“O clima ao longo de maio não amenizou a situação das lavouras, especialmente as do Sul, Sudeste e de partes do Centro-Oeste. Quanto aos preços, levantamentos do Cepea apontam que os movimentos são distintos dentre as praças acompanhadas, refletindo as condições de oferta e de demanda. Em regiões consumidoras, como partes de São Paulo, os valores recuaram, sobretudo devido à retração de compradores”, relatam os pesquisadores do Cepea.  

De modo geral, pesquisadores centro explicam que “o que prevalece é comprador sinalizando ter estoques e no aguardo de um maior volume para negociar. Do lado vendedor, a maioria analisa a situação local para disponibilizar novos lotes”. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT) o pregão de segunda-feira também foi de movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro.  

O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 4,43 com queda de 2,75 pontos, o setembro/24 valeu US$ 4,49 com desvalorização de 4,75 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,62 com perda de 4,25 pontos e o março/25 teve valor de US$ 4,75 com baixa de 4,00 pontos. 

Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última sexta-feira (31), de 0,62% para o julho/24, de 1,05% para o setembro/24, de 0,91% para o dezembro/24 e de 0,83% para o março/25. 

Segundo informações de Brandalizze, o milho em Chicago recua na onda do clima positivo e na expectativa do relatório de Progresso de Safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

“O relatório do final da tarde já deve vir com o plantio perto do final, com a maioria das áreas importantes já plantadas. Como está chovendo dentro da normalidade há uma pressão de liquidação”, afirma. 

Apesar dessa pressão, o analista relata que a tendência para frente é de interrupção desse movimento negativo, mesmo com as condições climáticas seguindo favoráveis para o desenvolvendo da safra. 

“Em Chicago no caso do milho está muito perto do fundo do poço porque na ordem dos US$ 4,20 e US$ 4,40 ele bate no valor do custo de produção dos Estados Unidos. Então ele já não tem muita janela para cair porque o produtor vai parar de vender por lá. Então o milho tem um colchão de daqui a 20 ou 30 pontos começar a parar de cair mesmo com o clima melhorado”, ponta Brandalizze. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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