Colheita, dólar e Chicago pressionam e milho acumula perdas semanais na B3

Publicado em 17/05/2024 16:44
Preços em Chicago pegam carona no trigo, caem no pregão e recuam até 3,6% na semana

Logotipo Notícias Agrícolas

A sexta-feira (17) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 58,60 e R$ 68,10 e acumularam recuos ao longo desta semana. 

O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 58,60 com desvalorização 0,80%, o setembro/24 valeu R$ 61,66 com queda de 0,71%, o novembro/24 foi negociado por R$ 64,63 com perda de 0,74% e o janeiro/24 teve valor R$ 68,10 com baixa de 0,32%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 0,59% para o julho/24, de 1,11% para o setembro/24, de 1,06% para o novembro/24 e de 1,02% para o janeiro/25. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho contabilizou mais altas do que baixas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas na praça de Porto Santos/SP. Já as valorizações apareceram em Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT e Itapetininga/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

Para o Consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto, Stefan Podsclan,  os preços do milho no Brasil passam por um período de movimentações negativas estimuladas pela queda do dólar ante ao real e pelas baixas vindas da Bolsa de Chicago (CBOT). 

Além de citar estes fatores como baixistas, ele destaca o começo das colheitas da safrinha em locais pontuais do Brasil.  Na visão do consultor, os próximos meses de junho, julho e agosto devem ser de queda nos preços do milho no país, justamente devido ao avanço da colheita e da grande oferta de grãos entrando em um mercado pouco vendido, apenas cerca de 25% até o momento. 

Porém, a partir de setembro e outubro o mercado deve voltar a ter força e as cotações tendem a melhorar no país, especialmente se impulsionando na força vinda das exportações, que já começam a ganhar alguma tração após um começo de 2024 bastante fraco. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o pregão de sexta-feira foi encerrado com os preços internacionais do milho contabilizando movimentações negativas e acumulando revezes também ao longo da semana. 

O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 4,52 com queda de 4,50 pontos, o setembro/24 valeu US$ 4,62 com desvalorização de 5,25 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,76 com perda de 5,25 pontos e o março/25 teve valor de US$ 4,89 com baixa de 5,25 pontos. 

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (16), de 0,98% para o julho/24, de 1,12% para o setembro/24, de 1,09% para o dezembro/24 e de 1,06% para o março/25. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram desvalorizações de 0,44% para o maio/24, de 3,67% para o julho/24, de 3,65% para o setembro/24, de 3,15% para o dezembro/24 e de 2,76% para o março/25. 

Segundo informações da Agrinvest, os futuros do milho em Chicago pegaram carona nas quedas dos preços do trigo nesta sexta-feira. 

“A produção de trigo de inverno dos Estados Unidos deve ser maior nesta temporada 2024/25, conforme apresentam os primeiros dados do Wheat Quality Tour. O trigo dos EUA vem apresentando um rendimento médio de 49,9 bushels por acre nesta temporada, bem acima dos 29,8 do ano passado e superior à média dos últimos três anos de 42,8 bpa”, apontam os analistas da Agrinvest. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços do milho acumulam 9ª desvalorização nos últimos 10 pregões da B3 Preços do milho acumulam 9ª desvalorização nos últimos 10 pregões da B3
Exportação de milho em abril/25 mais do que dobrou em relação a abril/24
Milho no campo misto de Chicago com mercado aguardando novidades na Guerra Comercial
Otimismo para acordo comercial impulsiona altas para o milho em Chicago nesta quarta-feira
Radar Investimentos: oferta elevada continuam a pressionar as cotações do milho no Brasil
Com cenário ainda de pressão, milho fecha a terça-feira com resultados mistos em Chicago