Milho fecha semana caindo até 2,1% na B3 sentindo pressão dos estoques

Publicado em 05/04/2024 16:56
Chicago também encerra acumulando perdas semanais

A sexta-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações no campo misto da Bolsa Brasileira (B3) e próximas da estabilidade. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 59,00 e R$ 63,55 e acumularam recuos de até 2,1% ao longo da semana. 

O vencimento maio/24 foi cotado à R$ 59,00 com desvalorização de 0,67%, o julho/24 valeu R$ 59,73 com queda de 0,13%, o setembro/24 foi negociado por R$ 61,13 com baixa de 0,23% e o novembro/24 teve valor de R$ 63,55 com alta de 0,09%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram perdas de 2,16% para o maio/24, de 0,91% para o julho/24, de 0,34% para o setembro/24 e de 1,29% para o novembro/24, com relação ao fechamento da última semana na quinta-feira (28). 

Na visão de Roberto Carlos Rafael da Germinar Corretora, o atual momento dos preços do milho no mercado brasileiro é de cotações lateralizadas, com o produtor segurando as vendas diante de preços aquém do esperado e os consumidores já bem abastecidos.  

Neste cenário, o analista acredita que o excedente de milho que há no mundo está segurando as cotações do cereal. Ele cita que os Estados Unidos finalizaram a safra com estoques para 55 dias no final da campanha e que o Brasil teve estoques de passagem maiores do que os números oficialmente divulgados. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou altas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Palma Sola/SC, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/SP, Eldorado/MS e Porto de Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram somente nas praças de Sorriso/MT e Luís Eduardo Magalhães/BA. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

A análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou preços firmes ao longo da semana. “Os negócios evoluíram muito pouco, mas as cotações voltaram a subir diante das especulações em torno do clima irregular ao desenvolvimento da safrinha, especialmente no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo”.  

Por outro lado, a Safras Consultoria ressalta que “a colheita de verão segue avançando, o que acaba limitando avanços mais expressivos nas cotações”. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro finalizaram o pregão de sexta-feira com movimentações levemente negativas e acumularam recuos semanais de até 1,8%. 

O vencimento maio/24 foi cotado à US$ 4,34 com queda de 1,00 ponto, o julho/24 valeu US$ 4,46 com perda de 0,75 pontos, o setembro/24 foi negociado por US$ 4,57 com desvalorização de 1,25 pontos e o dezembro/24 teve valor de US$ 4,72 com baixa de 0,75 pontos. 

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (04), de 0,23% para o maio/24, de 0,22% para o julho/24, de 0,22% para o setembro/24 e de 0,21% para o dezembro/24. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram desvalorizações de 1,81% para o maio/24, de 1,76% para o julho/24, de 1,51% para o setembro/24 e de 1,05% para o dezembro/24, com relação ao fechamento da última semana na quinta-feira (28). 

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho testaram ganhos moderados durante a noite, que evaporaram na sessão de sexta-feira, depois que os traders voltaram a se concentrar nas previsões de tempo médio mais seco, o que deve ajudar a acelerar o plantio no final de abril nos Estados Unidos. 

“Com o clima bastante favorável nos EUA para os próximos 15 dias, com boas chuvas e tempo aberto na sequência - o que seria muito favorável ao avanço rápido do plantio, o mercado acabou penalizando o cereal nesta semana”, explicam os analistas da Agrinvest. 

A análise da consultoria acrescenta que, “apesar da perspectiva de queda na área cultivada com milho nos EUA para 24/25, os estoques do cereal estão bastante robustos, totalizando 212 milhões de toneladas”.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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