Milho: Preços sobem até 4% na B3 nesta 5ª combinando fatores técnicos e fundamentais
A quinta-feira (7) foi muito positiva para o mercado do milho e os preços do cereal na B3 terminaram os negócios com altas de até 4,33%, como foi o caso do maio/2024, que foi a R$ 60,93 por saca. O contrato novembro foi a R$ 63,50, avançando 3,88%. Os futuros do grão subiram durante todo o dia, refletindo uma combinação de fatores técnicos e fundamentais, além de acompanharem as boas altas que os preços do milho testaram também na Bolsa de Chicago.
Do lado técnico, os fundos promoveram uma importante recompra de posições depois das últimas baixas e de um posicionamento vendido bastante intenso, tanto no mercado futuro brasileiro, quanto norte-americano. Do mesmo modo, a segunda safra do Brasil está em voga.
"Todos os contratos operaram com ganhos, em especial os da safrinha. Clima Brasil é o foco dos próximos dias", afirma o time da Pátria Agronegócios.
No Centro-Oeste, as chuvas se mostram localizadas e já trazem preocupações aos produtores. No Matopiba também são esperados baixos volumes, e do Paraná já chegam relatos de tempo mais seco também acendendo alertas entre os produtores. A segunda safra de milho já está sendo cultivada fora da janela ideal de plantio, porém, em condições ligeiramente melhores do que se imaginava inicialmente.
Na Bolsa de Chicago, o quadro foi semelhante e a quinta-feira se encerrou com altas de 8 a 9,50 pontos - mais de 2% - nos contratos mais negociados, levando o maio a US$ 4,38 e o setembro a US$ 4,56 por bushel.
Na CBOT, além do ajuste de posições - após as últimas perdas e à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão reportados no relatório mensal de oferta e demanda desta sexta-feira (8) - o mercado se apoiou nos bons números das vendas semanais norte-americanas que foram reportadas hoje.
Neste relatório mensal, as expectativas maiores ainda se dão sobre os dados das safras da América do Sul, com as lavouras de soja ainda se concluindo em partes do Brasil e na Argentina e com a segunda safra de milho do Brasil - hoje a principal - em pleno plantio e desenvolvimento. As condições climáticas em ambos os países são monitoradas de perto pelos traders e também permanecem no radar para o direcionamento das cotações.
"Os analistas esperam cortes de moderados a profundos nas safras do Brasil devido às adversidades climáticas em regiões-chave de produção", afirma Karen Braun, analista internacional de commodities agrícolas. "Já para a Argentina não são esperadas mudanças muito intensas, mas ainda assim se esperam números mais elevados para este ano".
A média esperada para a safra de milho do Brasil é de 121,95 milhões de toneladas, em números que variam de 118 a 125 milhões de toneladas. Há um mês, o USDA estimou a produção brasileira em 124 milhões de toneladas. No caso argentino, a média esperada para a colheita do cereal é de 55 milhões de toneladas, em um intervalo de 54 a 57 milhões. Confirmada a média, o número ficaria inalterado em relação ao anterior.
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As vendas semanais norte-americanas de milho para exportação foram de 1,109,6 milhão de toneladas, dentro das expectativas do mercado de 800 mil a 1,4 milhão de toneladas. O Japão foi o principal destino do cereal dos EUA na última semana. O país já tem comprometidas 39,227,5 milhões de toneladas, superando o mesmo período do ano passado, quando o volume era de pouco mais de 30,6 milhões. Para todo ano comercial, o USDA estima qe as exportações alcancem 53,34 milhões de toneladas.