Preços do milho dão continuidade nas baixas e B3 cai até 3,5% nesta segunda-feira

Publicado em 26/02/2024 17:08
Chicago se apoiou em números do USDA e subiu mais de 1%

A segunda-feira (26) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram até 3,58% e flutuaram na faixa entre R$ 58,90 e R$ 61,00. 

O vencimento março/24 foi cotado à R$ 61,00 com queda de 1,61%, o maio/24 valeu R$ 59,00 com desvalorização de 3,58%, o julho/24 foi negociado por R$ 58,90 com baixa de 3,35% e o setembro/24 teve valor de R$ 60,50 com perda de 1,94%. 

O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, existem fundamentos altistas para o mercado, especialmente no segundo semestre, quando vamos colher uma safra menor que irá refletir em disputa entre etanol, ração e exportação. 

“Vamos ter disputa pelo milho no segundo semestre, mas o primeiro semestre é um semestre de mercado interno. A B3 está seguindo o que o mercado de porto está apontando, está acomodado como Chicago também está”, diz Brandalizze. 

A análise da Agrinvest destacou que os futuros do milho na B3 deram continuidade ao movimento de forte queda iniciado na última sexta-feira, com o mercado sendo pressionado pela baixa competitividade do milho brasileiro na exportação.  

Nas quatro primeiras semanas de fevereiro de 2024, o Brasil embarcou 1.677.900,8 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representa 73,77% do total exportado em fevereiro de 2023 (2.274.230,8 toneladas).                          

Com isso, a média diária de embarques nestes 15 primeiros dias úteis do mês ficou em 111.860,1 toneladas, representando queda de 11,5% com relação a média diária de embarques de 126.346,2 toneladas registradas nos 18 dias úteis de fevereiro passado.    

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana de altos e baixos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT e Dourados/MS. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Cândido Mota/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços do milho seguem registrando pequenas variações em boa parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) se mantendo por volta dos R$ 62/sc desde o início de fevereiro.  

“Agentes estão cautelosos nas novas negociações, consumidores priorizam o uso de estoques e vendedores seguem atentos à colheita da safra verão e à semeadura e/ou ao desenvolvimento da segunda safra”, disseram os pesquisadores do Cepea. 

Mercado Externo 

Já os preços internacionais do milho futuro ganharam força ao longo desta segunda-feira e encerraram o pregão contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT). 

O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,07 com elevação de 7,25 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,21 com valorização de 8,00 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,33 com alta de 7,50 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,43 com alta de 8,00 pontos. 

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (23), de 2,01% para o março/24, de 1,94% para o maio/24, de 1,64% para o julho/24 e de 1,84% para o setembro/24. 

Segundo informações da Agrinvest, os dados de inspeção semanal do milho registraram altas para a semana encerrada em 22 de fevereiro, de acordo com o reporte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

As vistorias ficaram em 1,24 milhões de toneladas, ante as 10,05 milhões da semana anterior. “Dessa forma, o milho tem ganhos acima de 1%, auxiliando na valorização da soja e do trigo”, diz a Agrinvest. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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