Futuros do milho acumulam valorização de até 2,9% na primeira semana de 2024

Publicado em 05/01/2024 17:17
Em Chicago, cereal recuou até 2,3% no acumulado semanal

A sexta-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações no campo misto da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 72,77 e R$ 77,30, mas acumularam ganhos semanais. 

O vencimento janeiro/24 foi cotado à R$ 72,77 com alta de 0,46%, o março/24 valeu R$ 77,30 com elevação de 0,85%, o maio/22 foi negociado por R$ 75,49 com queda de 0,47% e o julho/24 teve valor de R$ 72,55 com desvalorização de 1,31%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram altas de 2,28% para o janeiro/24, de 2,93% para o março/24 e de 1,33% para o julho/24, além de perda de 1,16% para o julho/24, em relação ao fechamento da última quinta-feira (28). 

De acordo com João Pedro Lopes, Analista de Inteligência de Mercado da StoneX, os preços do milho terminaram 2023 subindo no mercado brasileiro e essa tendência de alta segue presente nesta primeira semana de 2024, com a justificativa vindo das preocupações com a oferta de milho no Brasil neste ano.   

As projeções da consultoria apontam para uma área plantada de 17,3 milhões de hectares, produtividade de 93,33 sc/ha e produção de 96,6 milhões de toneladas, todos os patamares menores do que os de 2023.   

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Castro/PR e percebeu valorizações somente nas praças de Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deverá ter uma safra de verão muito próxima do normal, com exceção da região Nordeste. Já a soja poderá ter alguma perda na produção, mas ainda haverá uma grande safra com exigências na logística.  

“Assim, será a decisão do produtor em vender a soja e segurar o milho, ou vice-versa, que definirá a curva de preços do cereal no primeiro semestre de 2024”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari. 

Molinari alerta, porém, que, com as dificuldades de plantio da safrinha 2024, é possível que o primeiro semestre fique repleto de variáveis para uma volatilidade positiva de preços, como o clima por exemplo. “Também há um viés para a redução de área de milho e aumento na de soja nos Estados Unidos na safra 2024, o que pode gerar movimentos especulativos na Bolsa de Chicago”, avalia. 

Mercado Externo 

Já na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira se encerrou com movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro, acumulando desvalorizações ao longo da semana. 

O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,60 com desvalorização de 5,75 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,73 com perda de 5,75 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,83 com baixa de 5,00 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,86 com queda de 5,00 pontos. 

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (04), de 1,29% para o março/24, de 1,25% para o maio/24, de 1,02% para o julho/24 e de 1,02% para o setembro/24. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram quedas de 2,34% para o março/24, de 2,27% para o maio/24, de 2,23% para o julho/24 e de 2,21% para o setembro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (29). 

Segundo informações da Agrinvest, a derrocada do preço do farelo de soja e da oleaginosa em grão, além de vendas semanais nos Estados Unidos também abaixo do esperado, levou a queda do milho em Chicago. 

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os EUA venderam 368 mil toneladas de milho na semana passada, abaixo do esperado pelo mercado que ficava entre 500 mil e 1,2 milhão de toneladas. 

“Fraca demanda tem sido uma pedra no sapato para o milho e a soja nas últimas semanas trazendo pressão baixista para essas commodities”, afirma a consultoria.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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