Milho volta a subir na B3 nesta 3ª, apesar da baixa do dólar e estabilidade da CBOT
Nesta terça-feira (28), depois das baixas da sessão anterior, os futuros do milho negociados na B3 voltaram a subir, testando bons ganhos no final da manhã de hoje. Perto de 11h20 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 0,79% e 1,1%, levando o janeiro a R$ 66,36 e o março a R$ 70,73 por saca. O maio já superava estes patamares e registava R$ 71,50/sc.
No mercado nacional, permanecem as atenções sobre as condições climáticas que castigam e comprometem a safra de verão - de soja e milho - já trazendo muitos sinais de alerta para a segunda safra do ano que vem. A janela de plantio já está também bastante comprometida, a área pode sofrer uma redução e os olhos do mercado estão sobre mais esta etapa da oferta.
Diante disso, os novos negócios no Brasil são escassos, como explica o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael. Há uma baixa disponibilidade comercial do grão neste momento, apesar de haver ainda muito milho a ser comercializado. Os produtores, porém, estão distantes das vendas, o que deixa a liquidez também bastante limitada e já promove uma redução nas estimativas das exportações brasileiras do cereal.
"O grande balizador para os nossos preços é, exatamente, esvaziar o que temos de excedente de produto no país. Eu acredito que o mercado brasileiro esteja perdendo um volume de exportação que poderia nos levar a 60 milhões de toneladas. Já estamos reduzindo para 55 milhões (...) Podemos correr o risco de ter novos problemas com espaço", afirma Rafael.
Reveja sua entrevista completa, durante o Bom Dia Agronegócio, nesta terça-feira:
Ao mesmo tempo, o mercado monitora também o comportamento do dólar, os prêmios para o milho brasileiro nos portos e o movimento das cotações na Bolsa de Chicago, que também não estão em seu melhor momento.
MERCADO INTERNACIONAL
Na CBOT, os futuros do grão trabalham com estabilidade nesta terça-feira. Perto de 11h35 (horário de Brasília), o dezembro cedia 0,25 ponto para US$ 4,55, o março trabalhava sem variação e cotado a US$ 4,75, enquanto o maio subia 0,25, para chegar aos US$ 4,87 por bushel. E o atual momento é de pressão para as cotações em Chicago, segundo afirmam analistas e consultores de mercado.
"A pressão de venda no mercado interno e o ritmo lento das exportações são fatores que, quase sempre, acabam pressionando os preços no período entre a colheita e o plantio", afirma Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. "O milho na CBOT está em um importante momento. Dos últimos dez anos, os futuros do milho subiram apenas duas vezes entre dezembro e maio".