Milho cede na B3 acompanhando Chicago, mas preços permanecem firmes no Brasil
Os preços do milho voltaram a recuar e fecharam o pregão desta segunda-feira (27) na B3 com perdas de mais de 1%. Ainda assim, os contratos mais negociados - março e maio - encerraram os negócios acima dos R$ 70,00 por saca, com R$ 70,04 e R$ 70,72, respectivamente. O mercado passa, segundo explicam analistas e consultores, por um movimento de correção depois das últimas altas.
"A B3 está caindo por dois fatores, um porque Chicago está liquidando e também está operando em queda - já que espera-se que a colheita americana esteja em sua reta final - e também porque o dólar continua pressionado. Então, automaticamente, a B3 está em dia de liquidação. Chicago perdeu os US$ 5,00 até o meio do ano que vem, então o mercado ficou barato. Mas, mesmo assim, não tem tido muitos negócios no milho americano", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Os negócios estão mais contidos também no Brasil, o que ajuda a manter as cotações firmes no mercado nacional.
"Segundo pesquisadores do Cepea, apesar da demanda interna mais aquecida, vendedores estão focados nas atividades de campo, limitando o volume do cereal ofertado no spot. Além disso, entre os produtores ativos, observa-se desacordo com compradores quanto aos preços, o que reforça a baixa liquidez", informaram os pesquisadores do Cepea nesta segunda-feira.
Nos portos, ainda segundo Brandalizze, os preços também se mantiveram estáveis neste início de semana, testando ainda referências acima dos R$ 60,00, em especial no terminal de Santos. "Os prêmios do milho melhoraram e já se fala em prêmios de mais de US$ 1,00 por bushel no milho brasileiro em função da demanda. Temos uma demanda aquecida de milho para a China e também para o Irã, além de outros países", diz.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros do cereal encerraram o pregão desta segunda-feira com baixas de pouco mais de 7 pontos nos contratos mais negociados, levando o dezembro a US$ 4,55 e o março a US$ 4,75 por bushel.
As baixas do milho, também segundo explicaram analistas e consultores, acompanhou as perdas intensas do trigo, que fechou o dia com perdas de quase 3% nos principais vencimentos, "reagindo às novas taxas de exportação sobre o trigo russo", explicou o time da Agrinvest Commodities.
Além disso, uma série de vendas técnicas por parte dos fundos investidores, bem como preocupações com a demanda pelo milho americano, um pouco mais contida neste momento.