B3 olha para Chicago e milho se valoriza quase 3% nesta quarta-feira

Publicado em 19/07/2023 16:44
CBOT tem influência do Mar Negro, segue o trigo e sobe 3,5% no dia

A quarta-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 2,93% e flutuaram na faixa entre R$ 59,39 e R$ 69,30. 

O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 59,39 com valorização de 2,93%, o novembro/23 valeu R$ 62,29 com ganho de 2,62%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 65,92 com elevação de 2,52% e o março/24 teve valor de R$ 69,30 com alta de 1,61%. 

A análise da Agrinvest destaca que, o milho de setembro/23 está se aproximando dos R$ 60,00 com ganhos balizados pela alta do milho em Chicago diante da preocupação com os desdobramentos do conflito no Mar Negro. 

“Sem a Ucrânia, os importadores devem migrar para outros players exportadores e o Brasil deverá ser o principal fornecedor de milho nos próximos meses, com preços competitivos e oferta abundante. As tradings já estão a procura do milho no spot e safrinha, mas o ritmo de cautela segue predominando, com os produtores aguardando preços mais interessantes”, relata a consultoria. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho no Brasil registrou uma corrida de demanda, com muita gente buscando o cereal para fechar contratos, e isso ajudou a dar essa puxada nos preços da B3. 

“O milho também está com apoio externo. Muitos compradores estão buscando o milho brasileiro e agora temendo a questão da Ucrânia com a parada de saída de grãos dali. Então é um bom momento”, diz. 

Brandalizze ainda destaca que, a colheita da segunda safra está em torno de 40% no Brasil e daqui a pouco haverá muito milho entrando no mercado. “É se posicionar para não deixar chegar no pico da oferta que vai ser em agosto até metade de setembro”, pontua. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma quarta-feira positiva. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas nas praças de Itiquira/MT e Campo Novo do Parecis/MT. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o mercado travado, o preço do milho pouco se movimenta no mercado físico e fecha a segunda-feira comercializado na média de R$ 54,50/sc em Campinas/SP”.   

Mercado Externo 

A quarta-feira também se encerra de maneira positiva para os preços internacionais do milho futuro que registraram avanços ao longo do pregão na Bolsa de Chicago (CBOT). 

O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 5,45 com alta de 16,75 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 5,53 com elevação de 18,50 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 5,63 com valorização de 18,75 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,69 com ganho de 18,75 pontos. 

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última terça-feira (18), de 3,22% para o setembro/23, de 3,56% para o dezembro/23, de 3,49% para o março/24 e de 3,45% para o maio/24. 

Segundo Ronaldo Fernandes, da Royal Rural, o mercado de Chicago iniciou a quarta-feira com forte de alta acima de 5%, mas foi devolvendo ganhos à medida que informações sobre a Rússia e Ucrânia começaram a chegar.  

“O prazo para um novo acordo entre eles foi estabelecido em três meses, e a Ucrânia só colhe sua safra de milho a partir de agosto. Com isso, a ansiedade inicial diminuiu e as altas perderam um pouco de força”, explica Fernandes. 

O analista ainda destaca que, a disparada do trigo, que atingiu limites de alta na Bolsa dos Estados Unidos, acabou influenciando também o milho. “A notícia recente de que a Rússia está enviando navios em direção à Ucrânia neste momento, possivelmente transportando armas, adicionou ainda mais tensão ao cenário. A Rússia afirmou que interpretará todo navio que sair da Ucrânia como transporte de armas, o que pode levar a retaliações”, diz. 

Por fim, Fernandes ressalta que essa situação política e militar pode fazer o mercado subir momentaneamente, mas se houver uma resolução, as altas podem se transformar rapidamente em uma forte queda.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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