B3 olha para Chicago e milho se valoriza quase 3% nesta quarta-feira
A quarta-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 2,93% e flutuaram na faixa entre R$ 59,39 e R$ 69,30.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 59,39 com valorização de 2,93%, o novembro/23 valeu R$ 62,29 com ganho de 2,62%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 65,92 com elevação de 2,52% e o março/24 teve valor de R$ 69,30 com alta de 1,61%.
A análise da Agrinvest destaca que, o milho de setembro/23 está se aproximando dos R$ 60,00 com ganhos balizados pela alta do milho em Chicago diante da preocupação com os desdobramentos do conflito no Mar Negro.
“Sem a Ucrânia, os importadores devem migrar para outros players exportadores e o Brasil deverá ser o principal fornecedor de milho nos próximos meses, com preços competitivos e oferta abundante. As tradings já estão a procura do milho no spot e safrinha, mas o ritmo de cautela segue predominando, com os produtores aguardando preços mais interessantes”, relata a consultoria.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho no Brasil registrou uma corrida de demanda, com muita gente buscando o cereal para fechar contratos, e isso ajudou a dar essa puxada nos preços da B3.
“O milho também está com apoio externo. Muitos compradores estão buscando o milho brasileiro e agora temendo a questão da Ucrânia com a parada de saída de grãos dali. Então é um bom momento”, diz.
Brandalizze ainda destaca que, a colheita da segunda safra está em torno de 40% no Brasil e daqui a pouco haverá muito milho entrando no mercado. “É se posicionar para não deixar chegar no pico da oferta que vai ser em agosto até metade de setembro”, pontua.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma quarta-feira positiva. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas nas praças de Itiquira/MT e Campo Novo do Parecis/MT. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o mercado travado, o preço do milho pouco se movimenta no mercado físico e fecha a segunda-feira comercializado na média de R$ 54,50/sc em Campinas/SP”.
Mercado Externo
A quarta-feira também se encerra de maneira positiva para os preços internacionais do milho futuro que registraram avanços ao longo do pregão na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 5,45 com alta de 16,75 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 5,53 com elevação de 18,50 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 5,63 com valorização de 18,75 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,69 com ganho de 18,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última terça-feira (18), de 3,22% para o setembro/23, de 3,56% para o dezembro/23, de 3,49% para o março/24 e de 3,45% para o maio/24.
Segundo Ronaldo Fernandes, da Royal Rural, o mercado de Chicago iniciou a quarta-feira com forte de alta acima de 5%, mas foi devolvendo ganhos à medida que informações sobre a Rússia e Ucrânia começaram a chegar.
“O prazo para um novo acordo entre eles foi estabelecido em três meses, e a Ucrânia só colhe sua safra de milho a partir de agosto. Com isso, a ansiedade inicial diminuiu e as altas perderam um pouco de força”, explica Fernandes.
O analista ainda destaca que, a disparada do trigo, que atingiu limites de alta na Bolsa dos Estados Unidos, acabou influenciando também o milho. “A notícia recente de que a Rússia está enviando navios em direção à Ucrânia neste momento, possivelmente transportando armas, adicionou ainda mais tensão ao cenário. A Rússia afirmou que interpretará todo navio que sair da Ucrânia como transporte de armas, o que pode levar a retaliações”, diz.
Por fim, Fernandes ressalta que essa situação política e militar pode fazer o mercado subir momentaneamente, mas se houver uma resolução, as altas podem se transformar rapidamente em uma forte queda.