Em tempos de margens menores, produtor precisa focar em produtividade e eficiência, destaca Anderson Galvão
Nos últimos 3 anos o produtor brasileiro, especialmente de soja e milho, viveu um cenário diferente da realidade com margens de lucratividade muito acima das consideradas normais. Agora, o quadro volta a ficar mais parecido com o que se via até 2019 e vai demandar ajustes por parte dos agricultores.
O analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, destaca que, apesar de menores do que as dos últimos três anos, as margens de lucratividade de soja e milho ainda são boas no Brasil e que agora os produtores precisam focar mais em produtividade e eficiência.
“Em ano de soja de R$ 200,00 e milho de R$ 100,00 qualquer um ganha dinheiro, não precisa entender do que está fazendo, qualquer terra dá lucratividade. Agora será preciso analisar qual tecnologia se traduz em ganhos, qual terra dá lucratividade”, afirma.
Na visão do analista, ao invés do produtor cortar o uso de tecnologias de maneira linear ou simplesmente reduzir área semeada, o ideal é privilegiar áreas mais produtivas ante zonas marginais e focar em aumentar a produtividade.
“Nos últimos 20 anos o Brasil dobrou a produtividade média de milho de 3 para 6 toneladas por hectare (de 50 para 100 sc/ha), mas ainda há um gap muito grande. Quando olhamos o potencial produtivo do milho no Brasil temos algo em torno de 400 sacas por hectare e diminuir essa diferença é essencial para atingir a meta de produzir 230 milhões de toneladas de milho até 2030”, pontua.
Para Galvão, essa produção de 230 milhões de toneladas será necessária para que não falte milho no Brasil diante das crescentes demandas por exportação, setor de rações e de etanol de milho, que tem visto novas plantas surgirem em diversas regiões, até mesmo fora das tradicionais do Centro-Oeste.