Demanda desacelera e milho perde quase 2% na B3; mercado físico também teve 4ªfeira negativa
A quarta-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 83,90 e R$ 85,95.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 83,90 com queda de 1,58%, o julho/23 valeu R$ 84,00 com desvalorização de 1,95%, o setembro/23 foi negociado por R$ 84,00 com perda de 1,41% e o novembro/23 teve valor de R$ 85,95 com baixa de 1,66%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 teve uma variação negativa em função do mercado de exportação que está caindo, assim como os valores em porto.
“Tanto o curto quanto o longo recuaram. Hoje o porto é R$ 82,00, bem abaixo da B3 e com Paranaguá já falando em R$ 77,50 em função de que já há muita programação de embarque para o segundo semestre e os poucos navios que vão chegar pra milho estão sendo valorizados pelos exportadores e o pessoal se protege na baixa”, explica Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um meio de semana negativo. A única valorização registrada pelo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas aconteceu em São Gabriel do Oeste/MS. Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, Dourados/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a baixa demanda e a necessidade de comercialização faz o milho recuar para a casa dos R$ 84,50/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve seguir com negociação retraída. “Os consumidores seguem na espera de uma queda nos preços para realização de aquisições, tranquilos em relação ao abastecimento. Os produtores, por sua vez, começam a avançar na fixação de oferta. O principal fator que justifica a decisão de evoluir a oferta, mesmo que de forma tímida, é a preocupação com o armazenamento do cereal”, explica a consultoria.
“O viés para preços segue negativo, considerando que os consumidores estão retraídos, tranquilos em relação a abastecimento e avaliando o avanço da fixação de oferta por parte dos produtores”, destaca a SAFRAS.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) registrou movimentações em campo misto para os preços internacionais do milho futuro nesta quarta-feira.
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,33 com alta de 3,50 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,11 com elevação de 0,50 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,61 com queda de 1,75 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,54 com baixa de 2,25 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira (21), de 0,48% para o maio/23, além de estabilidade para o julho/23 e perdas de 0,36% para o setembro/23 e para o dezembro/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de grãos de Chicago caíram nesta quarta-feira, na continuação de um acordo de exportação do Mar Negro durante a guerra e com os mercados cautelosos antes da decisão política do Federal Reserve.
Operadores ouvidos pela Agência, disseram que grande parte da atenção do mercado estava voltada para a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros, após a turbulência no setor bancário. Os traders ficaram divididos sobre se o Fed será forçado a interromper seu ciclo de alta, à medida que os esforços continuam para estabilizar as ações do setor bancário.
“À frente do Fed, há um sentimento de risco nos mercados. Os traders ainda estão fortemente comprados. Ainda se fala sobre a abertura do corredor do Mar Negro”, disse à Reuters, Tom Dosdall, corretor de commodities da Daniels Trading.
Já para as cotações mais curtas, o site internacional Farm Futures, destaca o papel de outra grande venda de milho dos Estados Unidos para a China como fundamental para deixar estas posições imunes à liquidação generalizada desta quarta-feira.
Exportadores privados anunciaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 7,0 milhões de bushels de milho para entrega à China durante o ano-safra 2022/23, que começou em 1º de setembro