Com pressão de Chicago e da produção nacional, milho acumula perda semanal de 1,77% na B3
A sexta-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando leves recuos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 85,90 e R$ 87,24 e acumularam perdas semanais de mais de 1%.
O vencimento março/23 foi cotado à R$ 87,20 com estabilidade, o maio/23 valeu R$ 87,24 com queda de 0,13%, o julho/23 foi negociado por R$ 86,30 com perda de 0,29% e o setembro/23 teve valor de R$ 85,90 com baixa de 0,10%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 1,08% par ao março/23, de 1,57% para o maio/23, de 1,54% para o julho/23 e de 1,77% para o setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (24).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho está acomodado no mercado interno e apresentando poucas mudanças ao longo da semana.
“No Rio Grande do Sul o balcão está de R$ 79,00 a R$ 81,00 na região das Missões e na faixa de R$ 88,00 CIF nas indústrias da Serra Gaúcha. Em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais vai de R$ 70,00 a R$ 80,00. Ele está calmo na semana, mas perdendo R$ 2,00 com relação a semana passada”, pontua Brandalizze.
Para o restante de 2023, Roberto Carlos Rafael, da Germianr Corretora, espera que o quadro deva ser de cotações seguindo pressionadas diante das projeções de grande produção de milho no Brasil, com números entre 96 e 104 milhões de toneladas para a segunda safra, e aumento de área e produção nos Estados Unidos.
No mercado interno brasileiro, o preço da saca de milho o último dia da semana também foi negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização apenas em Pato Branco/PR. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ponta Grossa/PR, Luís Eduardo Magalhães/BA, Machado/MG e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “apesar do aumento gradual de oferta com a colheita, o mercado físico do milho segue acomodado, com o cereal sendo comercializado na média de R$ 86,00/sc”.
A SAFRAS & Mercado acredita que o mercado brasileiro de milho teve um mês de fevereiro de cotações pouco alteradas. “O foco esteve voltado para a colheita da soja e plantio do milho safrinha. A oferta de milho mostrou-se presente, com muitos produtores optando pela retenção da soja e venda do cereal. Inclusive houve praças em que as cotações cederam um pouco para o milho”.
O consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, destaca que as dificuldades para a colheita da soja nesta safra 2023 prosseguem, atrapalhando a semeadura do milho safrinha. “A situação melhorou bastante no Centro-Oeste e o plantio do milho vai avançando e poderá terminar nos primeiros dez dias de março. Contudo, as demais regiões prosseguem com quadro complicado e com safrinha atrasada”, comenta.
Molinari diz que ainda é difícil afirmar que teremos retração de área plantada devido a este atraso, mas pode-se afirmar que perto de 50% da área será cultivada em março. “Isso não traz problemas graves, mas coloca a produção em uma curva de risco maior com o clima do outono/inverno”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a sexta-feira somando movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro, mas insuficientes para evitar o recuo semanal.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,45 com valorização de 7,50 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,39 com alta de 6,00 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,28 com elevação de 4,00 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 5,83 com ganho de 0,50 pontos.
Esses índices representaram avanços, com relação ao fechamento da última quinta-feira (02), de 1,26% para o março/23, de 0,95% para o maio/23 e de 0,64% para o julho/23, além de estabilidade para o setembro/23.
Já na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam quedas de 0,77% par ao março/23, de 1,54% para o maio/23, de 1,57% para o julho/23 e de 1,19% para o setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (24).
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho estavam firmes, com traders dizendo que o mercado estava tecnicamente sobrevendido depois que o contrato mais ativo caiu para o nível mais baixo desde agosto na quarta-feira.
A publicação destaca que, os traders estavam apostando posições antes do relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quarta-feira, 8 de março.
“A maioria das pessoas acredita que o relatório WASDE mostrará um grande corte na safra argentina”, disse Mark Gold, sócio-gerente da Top Third Ag Marketing à Reuters.