Milho fecha a semana acumulando perda de 4,2% em Chicago e de 1% na B3

Publicado em 24/02/2023 16:52
Balanço de oferta e demanda mundial pode mudar em 2023

A sexta-feira (24) chega ao final com os preços futuros do milho se movimentando pouco e ficando próximos da estabilidade na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,45 e R$ 88,63 e encerraram a semana acumulando perdas semanais próximas de 1%. 

O vencimento março/23 foi cotado à R$ 88,15 com queda 0,16%, o maio/23 valeu R$ 88,63 com perda de 0,19%, o julho/23 foi negociado por R$ 87,65 com baixa de 0,16% e o setembro/23 tinha valor de R$ 87,45 com alta de 0,17%. 

Na comparação semanal, os preços do cereal brasileira acumularam queda de 0,93% para o março/23, de 0,75% para o maio/23, de 0,93% para o julho/23 e de 0,63% para o setembro/23, com relação ao fechamento na última sexta-feira (17). 

O analista da Céleres Consultoria, Enilson Nogueira, explica que os Estados Unidos deverão plantar mais milho na temporada 2023/24 e produzir ao redor de 400 milhões de toneladas. Já o Brasil, deverá colher 102 milhões de toneladas somente na segunda safra de 2023, de acordo com os números da consultoria.  

Sendo assim, Nogueira aponta para preços menores no segundo semestre, o que acende o alerta ao produtor brasileiro para se atentar mais ao mercado, principalmente aqueles que tem porcentagem menor de vendas antecipadas. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorização em nenhuma das praças. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Machado/MG e Cândido Mota/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve retorno do feriado de Carnaval marcado pela lentidão nos negócios e por preços pouco alterados. O consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, destaca que há muita chuva em regiões atrapalhando a colheita de verão e o plantio da safrinha, e isso tende a promover preços mais altos adiante. Em vários estados o produtor segue retraído na fixação de oferta. Por outro lado, os consumidores atuam com pouca força na busca por lotes.    

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com os produtores retraídos dos negócios, o milho continua estável na casa dos R$ 86,00/sc em Campinas/SP”. 

Mercado Externo 

Os preços internacionais do milho futuro também encerraram uma sexta-feira negativa na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumularam desvalorizações semanais de até 4,2%. 

O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,50 com perda de 10,25 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,49 com queda de 10,00 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,38 com desvalorização de 12,00 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 5,90 com baixa de 9,25 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (23), de 1,52% para o março/23, de 1,52% para o maio/23, de 1,85% para o julho/23 e de 1,67% para o setembro/23. 

Na comparação semanal, os preços do cereal norte-americano acumularam desvalorizações de 3,99% para o março/23, de 4,14% para o maio/23, de 4,20% para o julho/23 e de 3,28% para o setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (17). 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho da Bolsa de Chicago atingiram a mínima de seis semanas nesta sexta-feira diante de perspectivas de produção robusta de milho em 2023 nos Estados Unidos, juntamente com preocupações econômicas mais amplas, que também pairavam sobre os futuros de grãos. 

Em seu Outlook Fórum divulgado na quinta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou um aumento no plantio e na perspectiva de produção da safra de milho dos EUA no ciclo 2023/24. 

A produção é estimada em 383,18 milhões de toneladas (15,085 bilhões de bushels), sobre 348,76 milhões no último ciclo. A área é esperada em 36,83 milhões de hectares (91 milhões de acres).  A produtividade média é de 10,40 toneladas por hectare (181,5 bushels por acre). 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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