Produção de milho para silagem é tema de Dia de Campo no Noroeste de Minas Gerais

Publicado em 09/02/2023 13:37

A produção de milho para silagem foi tema de um dia de campo realizado nesta terça (07), em Paracatu (MG). No encontro, foram apresentadas a agricultores e representantes de entidades dos produtores tecnologias adaptadas para a agricultura familiar no Noroeste de Minas Gerais. O evento foi promovido pela Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap), em parceria com a Embrapa Cerrados, no âmbito do Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O dia de campo foi realizado na propriedade do agricultor Roner Teixeira, localizada no Projeto de Assentamento Herbert de Souza.

O agricultor Roner Teixeira é um dos 140 produtores que estão sendo atendidos nessa etapa do projeto que vai até 2025. No local, foi instalada uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) que está na fase da colheita de milho e confecção de silagem. Nessas áreas são testados sistemas alternativos de plantio em relação ao sistema conduzido pelo produtor. O agricultor plantou 7,5 ha de milho para produção de silagem para o gado leiteiro. “Estou muito satisfeito com os resultados. Deu para ver a diferença. Agora passamos a produzir mais volumoso para as vacas. No período de seca não vamos mais precisar comprar ração, isso ajuda muito”, comemora.

De acordo com o agrônomo Daniel Cardoso, que acompanha a propriedade, com o resultado alcançado o produtor conseguirá produzir mais do que o suficiente para alimentar seu rebanho no período seco. “O excedente ele pretende comercializar na forma de silagem, alcançando uma renda extra para a propriedade”, conta. A produção na área da URT foi de 64.585 kg/ha de matéria verde, enquanto que na lavoura convencional foi de 55.556 kg/ha (safra 2022/2023). Nessa safra, a boa distribuição de chuvas se refletiu na elevada produção nos dois sistemas de cultivo (tradicional e alternativo). No ano agrícola passado (2021/22), quando o período chuvoso não foi tão favorável, a produção média de milho para silagem das lavouras acompanhadas alcançou a produtividade de 37.310 kg/ha (sistema tradicional) e 45.484 kg/ha (URT).

O sistema alternativo proposto busca maior produtividade e rentabilidade, assim como visa preparar as lavouras para enfrentar os riscos climáticos das áreas com altitude mais baixa da região, onde os veranicos causam redução de produtividade e, até, frustração de safra nas lavouras. “Esse processo oferece a possibilidade de realização da pesquisa em ambiente real, adaptando as tecnologias geradas pela Embrapa às condições do produtor rural”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados José Humberto Xavier. Segundo Carlos Eduardo Santos, do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias da Embrapa Cerrados, o projeto também promove o acompanhamento sistemático produzindo impactos positivos relacionados à qualidade do leite, melhoria da gestão econômico-financeira da propriedade e controle sanitário e zootécnico do rebanho.

Programação – a abertura do dia de campo contou com a presença do vice-presidente da Coopervap, Altino José Silva, e da coordenadora do programa na cooperativa, Daniela Spíndola. Na primeira estação, os especialistas da Embrapa apresentaram a metodologia do projeto e as tecnologias adaptadas para a região. Depois, os produtores e anfitriões Roner Teixeira e sua esposa Cristina Correia fizeram um relato da experiência deles na condução da lavoura e da URT.

Em seguida, foram apresentados pelo agrônomo Daniel Cardoso (Coopervap) e pelo técnico da Embrapa Cerrados José Carlos Gonçalves os resultados técnicos e econômicos do uso das tecnologias adaptadas na propriedade. Nesse momento, os participantes puderam interagir com os palestrantes e tirar suas dúvidas. Por fim, todos foram conduzidos até a área da lavoura e da URT para constatar in loco o que foi apresentado.

Mais Leite - o PMLS é um programa do Mapa de incentivo fiscal. Ele oferece a oportunidade para os laticínios/cooperativas obterem um desconto (tratado como crédito presumido) de até 50% no valor a ser pago de PIS/Pasep e da COFINS sobre a comercialização do leite cru utilizado como insumo em seus processos agroindustriais. Como contrapartida, os estabelecimentos devem implementar projetos de fortalecimento e qualificação da cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores. É nesse contexto que está sendo executado o projeto Mais Leite Coopervap.

Fonte: Embrapa Cerrados

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