Milho fecha com boas altas em Chicago nesta 4ª feira, mas B3 ainda sente pressão do dólar
A quarta-feira (21) terminou com o mercado do milho em campo misto na B3, depois de mais um dia de tímidas variações. Enquanto o janeiro terminou a sessão com 0,03% de baixa e R$ 87,97 por saca, o março subiu 0,23% para chegar aos R$ 92,11.
A pressão, nos contratos onde foi sentida, se deu, em partes pela baixa do dólar frente ao real mais uma vez. A moeda americana caminha para concluir o dia com perda de 0,12% e perto dos R$ 5,20. Do mesmo modo, as semanas mais tranquilas e esvaziada de novos negócios no mercado brasileiro contribuem, como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
No mercado de exportação, ainda segundo o especialista, o intervalo de preços continua variando de R$ 89,00 a R$ 92,00 por saca, nos portos. "O mercado de milho está favorável para a safrinha", diz.
No interior do Brasil, os preços cederam em boa parte das principais praças de comercialização, como em Sorriso/MT, onde o preço foi a R$ 58,00 no disponível, com baixa de 1,69% ou em Amambai/MS, onde a queda foi de 1% para R$ 72,00. Já nas praças do Sul, cotações estáveis.
O foco no Brasil se mantém sobre a safra de verão, que vem sofrendo severamente, principalmente, no Rio Grande do Sul. As perdas de produtividade já vêm sendo registradas, o tempo para a recuperação destas lavouras é apertado ou quase não existe e preocupam os produtores. Outros pontos importantes de produção do cereal nesta primeira safra, como Minas Gerais, também trazem sinais de alerta.
De outro lado, a demanda forte pelo grão brasileiro ajuda também no suporte às cotações, com 2022 se encerrando com números fortes do programa brasileiro de exportação, superando 40 milhões de toneladas e recuperando boa parte do cenário após o desastre com safra e safrinha do ano passado.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, o mercado do milho intensificou suas altas e fechou a quarta-feira subindo entre 6,25 e 10,75 pontos, com os ganhos mais fortes nos contratos mais próximos. Assim, o março termina com US$ 6,62 e o julho com US$ 6,56 por bushel.
"O mercado está voltando aos seus fundamentos", afirma Brandalizze.
Segundo analistas e consultores internacionais, assim como para a soja, o clima preocupante na América do Sul, sobretudo na Argentina, serve como vetor para o ganhos no mercado futuro norte-americano também.
A demanda pelo milho dos Estados Unidos também estão no radar, principalmente por conta do desempenho ainda limitado do programa de exportações norte-americano, com um volume bem aquém do mesmo período do ano passado, de acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Amanhã, a instituição atualiza seus dados sobre vendas semanais para exportação.